Quase dois meses após o lançamento da ID Estudantil, a carteirinha digital de estudante emitida pelo Ministério da Educação (MEC), mais de 175 mil alunos já baixaram o recurso nos aplicativos criados para isso, disponíveis para iOS e Android.
Com custo zero, o ID Estudantil pode ser emitido por qualquer aluno regularmente matriculado nos ensinos básico, tecnológico e superior e garante a meia-entrada em diversas atrações culturais, como cinema, teatro e shows.
Por enquanto, apenas os alunos de pós-graduação não são contemplados. “Precisamos fazer integrações que ainda não foram realizadas, mas o objetivo é incluir os alunos desses cursos também”, diz Daniel Rogério, diretor de Tecnologia da Informação do Ministério da Educação. O ID Estudantil está disponível para os estudantes desde o final de novembro do ano passado. Essa carteirinha digital cumpre a mesma função daquelas emitidas oficialmente por entidades de representação estudantil, como a UNE (União Nacional dos Estudantes) e a UBES (União Brasileira dos Estudantes Secundaristas), garantindo o direto do estudante à meia-entrada. A diferença é que as carteiras fornecidas por essas entidades são impressas e têm o custo de R$ 35 para o aluno.
De acordo com Daniel Rogério, um documento não invalida o outro. Diante da gratuidade da ID Estudantil, levanta-se a dúvida sobre a continuidade, a longo prazo, das carteirinhas emitidas pelas entidades de representação estudantil e de como isso pode impactá-las financeiramente, pois a receita proveniente dessas carteirinhas é uma fonte de renda importante para essas entidades.
“Ainda não tivemos condições de avaliar o impacto da ID Estudantil sobre o número de carteirinhas emitidas, porque os alunos começam a fazer os pedidos agora, no início do ano”, diz Iago Montalvão, presidente da UNE. “Mas é claro que o impacto certamente vai ser considerável. É a nossa maior fonte de receita, o restante que recebemos vem de apoios, eventos, convênios. A estrutura, a coluna vertebral, são as carteiras. Por isso, o ID Estudantil, sendo de graça, afeta diretamente as entidades estudantis”, acrescenta ele.