Os motoristas de todos os Estados brasileiros que instalarem placas novas em seus veículos vão receber, a partir desta sexta-feira (31), o modelo padrão Mercosul, já presente em 11 unidades da Federação.
Anunciada em 2014, a medida passa a valer em todo o país quatro anos após a previsão inicial. Desde então, a adoção do novo modelo de identificação foi adiada por seis vezes devido a disputas judiciais, problemas de adaptação e credenciamento dos fabricantes. O imbróglio persistiu até o ano passado com o estabelecimento de uma nova resolução do Contran (Conselho Nacional de Trânsito).
As novas placas são compostas por quatro letras e três números, o inverso do modelo anterior. A mudança mira o aumento da frota de veículos no Brasil e permite mais de 450 milhões de combinações, quantidade 157% maior em relação às 175 milhões do sistema antigo. A expectativa do governo federal é de que “quase toda” frota de veículos nacionais circule com o novo modelo até 2023.
A instalação do novo modelo de placa é obrigatória apenas no emplacamento de carros novos, mudanças de cidade ou Estado, roubo, furto, dano ou extravio da placa antiga. “Placa nova apenas para carros novos ou em caso de furto ou dano”, escreveu o presidente Jair Bolsonaro em sua conta no Twitter.
Já presentes nos Estados do Acre, Amazonas, Bahia, Espírito Santo, Paraíba, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, a nova PIV (Placas de Identificação Veicular) é similar às utilizadas nos vizinhos Argentina e Uruguai.
Diferentemente do modelo anterior, todas as novas placas têm os fundos pintados na cor branca, com o tipo de veículo identificado pela cor da fonte. A pintura preta será utilizada para veículos de passeio, a vermelha para veículos comerciais, a azul para carros oficiais, a verde para veículos em teste, a dourada para os automóveis diplomáticos e a prateada para os veículos de colecionadores.
O novo modelo de placa padrão Mercosul conta ainda com itens de segurança, como um QR Code presente no canto superior esquerdo. De acordo com o Contran, o instrumento possibilita a rastreabilidade do veículo e dificulta clonagens e falsificações.
Preço
Os valores a serem cobrados para a instalação dos novos modelos não foram estabelecidos e podem variar conforme o Estado e a empresa contratada para realizar o emplacamento.
Em São Paulo, o Detran (Departamento Estadual de Trânsito) recomendou que a cobrança não ultrapasse R$ 138,24 paras carros, ônibus e caminhões e R$ 114,86 para motocicletas.
Diante da possibilidade de o preço das novas placas subir em algumas localidades pelo baixo número de empresas credenciadas para confeccionar os novos modelos, o Contran afirma que estabeleceu normas para ampliar a concorrência do setor.
“Foram definidas novas regras para credenciamento de estampadores e fabricantes, que vão possibilitar aumento da concorrência, o livre mercado, o que deverá reduzir o valor da placa”, destaca o órgão vinculado ao Ministério da Infraestrutura.