Amazonas – Uma servidora da Assembleia Legislativa do Amazonas, identificada como Clécia Pereira Mestrinho, que atua na Diretoria de Apoio Legislativo da casa, denunciou à Comissão de Regime Disciplinar da ALEAM, que sofreu ameaças e coações por parte da Deputada Alessandra Campelo (MDB), confira o documento:
Entenda
Na última quinta-feira (09), os partidos deveriam apresentar os nomes indicados à compor a Comissão Especial do Impeachment de Wilson Lima, e o Partido Progressistas tinha direito a duas indicações, no entanto, decidiu usar uma dessas indicações para apontar o nome de Cabo Maciel, que é de outro partido. A decisão necessitou de interferência da Procuradoria da casa, que alegou possíveis irregularidades na escolha.
Com isso, a indicação do Progressistas teve de ser votada, mas para isso era necessária a presença da maioria absoluta (12+1) de deputados no plenário da casa.
A oposição (Wilker, Fausto Jr., Péricles e Dermilson) questionou a legalidade da indicação, alertando para possíveis interferências jurídicas futuras que poderiam suspender o andamento do processo de impeachment.
Antes da votação, o Presidente da Casa, deputado Josué Neto deixou o plenário da casa, entregando a presidência da mesa para a vice-presidente, Deputada Alessandra Campelo, a quem coube o dever de conduzir a votação.
Porém, momentos antes da votação ser aberta, os deputados da oposição começaram a deixar o plenário, afim de prejudicar o quórum mínimo necessário para o andamento das atividades.
Alguns parlamentares que estavam participando de maneira virtural da sessão, alegaram que não estavam conseguindo se conectar.
Com isso a votação foi concluída sem a convicção de quantos deputados participaram, o que levou o plenário a consultar nesta sexta-feira (10) a ata de registro da casa, onde a confusão envolvendo a deputada Alessandra e a servidora Clécia possivelmente aconteceu.
Nos bastidores, especula-se que o presidente da Casa, Deputado Josué Neto estaria interferindo no andamento do processo, por interesse próprio em prejudicar a participação de parlamentares da base aliada na Comissão que vai definir o futuro do Executivo.
Em nota, a Deputada repudiou as declarações da servidora, confira:
A deputada estadual Alessandra Campêlo (MDB) faz os seguintes esclarecimentos sobre a suposta denúncia de “ameaças e coações” contra a servidora Clécia Pereira Mestrinho, lotada na Diretoria de Apoio Legislativo da Assembleia Legislativa do Amazonas:
A declaração anexa à matéria não condiz com o que ocorreu.
A senhora Clécia leu a ata em voz alta, no viva-voz do celular da deputada e, nesse momento, ouviram o deputado Belarmino Lins e o procurador Robert, que estava ao lado dele.
A servidora Clécia confirmou ao deputado Belarmino que o deputado Augusto Ferraz estava online, embora não tivesse votado. Disse inclusive que havia confirmado com servidores presentes, já que a servidora Clécia é do grupo de risco e faz a ata da reunião de casa, aliás, algo estranho.
Foi somente por isso que o deputado Belarmino Lins iniciou a reunião, porque ela confirmou, ou seja, havia quórum.
Como ela demorou a enviar a ata após a ligação, o deputado Belarmino Lins interrompeu a sessão.
Quando a deputada ligou para a servidora, ela disse que teve que mudar a ata, porque teve que se basear no vídeo da segunda votação, e no vídeo da segunda votação (de homologação da chapa) a deputada não leu o nome do deputado Augusto Ferraz. Portanto, a servidora mudou o que tinha dito antes, que havia confirmado que o deputado Ferraz estava presente online. A deputada disse que questionou por que ela ia mudar algo que leu em voz alta? Que teve testemunhas que ouviram? Como ela poderia mudar uma ata que já estava pronta?
A deputada disse que havia lido na 1ª votação, que incluiu o deputado Cabo Maciel na chapa, o nome de todos, mas realmente na segunda votação não leu, já que o aplicativo Zoom às vezes mostra uns, às vezes mostra outros, a tela muda.
Alessandra acrescenta que, inclusive, há um vídeo no qual ela confirma que ele não votou.
Mas o imprescindível era o quórum. E ele contou no quórum. A assessora ao lado da deputada confirmou que havia quórum.
Por fim, a deputada Alessandra disse que lamenta que servidores da Casa sejam constrangidos a fazer esse tipo de manipulação, por interesses de alguém que realmente tem poder sobre eles, e que não é a deputada.
A deputada Alessandra repudia que no final de tudo ainda tenham que dizer que foi ela que manipulou, sendo que a parlamentar não tem esse hábito ou modo de agir, e tampouco (se o tivesse) teria poder para isso. Ressalta que a denunciante é servidora da Casa, e não do gabinete da deputada.
*Com informações da Assessoria de Comunicação da Deputada Alessandra Campelo
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