A Rússia divulgou um acordo com a AstraZeneca para fabricar uma vacina contra a Covid-19 sendo desenvolvida pela gigante farmacêutica e pela Universidade de Oxford, disse o chefe do fundo soberano do país nesta sexta-feira (17), acrescentando que isso mostra que Moscou não precisa roubar dados de vacinas.

O Centro Nacional de Segurança Cibernética do Reino Unido disse na quinta-feira (16), que hackers apoiados pela Rússia estavam tentando roubar informações sobre as pesquisas sobre vacina e tratamento contra a Covid-19 de instituições farmacêuticas e acadêmicas ao redor do mundo, o que o Kremlin negou.

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Kirill Dmitriev, chefe do Fundo de Investimento Direto Russo, disse em uma entrevista concedida nesta sexta-feira (17), que Moscou não precisa roubar segredos por já ter um acordo com a AstraZeneca para fabricar a potencial vacina britânica na Rússia.

A AstraZeneca já tem um acordo… com a (empresa russa) R-Pharm a respeito da localização e produção completa da vacina de Oxford na Rússia“, disse Dmitriev.

Alexey Repik, presidente do conselho da R-Pharm, disse nesta sexta que sua empresa assinou o acordo.

Não há nada que precise ser roubado“, afirmou à Reuters Dmitriev, que está envolvido na coordenação da própria iniciativa russa de desenvolvimento de uma vacina. “Tudo será dado à Rússia.”

A AstraZeneca não quis comentar. No mês passado disse estar conversando com a Rússia e outros países a respeito de acordos de suprimentos para sua potencial vacina contra Covid-19.

Dmitriev disse que a aquisição russa da vacina desenvolvida no Reino Unido foi concebida para complementar, e não substituir, sua vacina nacional, que é aquela a que Moscou se dedica a desenvolver.

As alegações ocidentais de que Moscou está tentando roubar segredos de vacina parecem uma tentativa de minar a credibilidade da vacina da própria Rússia, disse ele, descrevendo-a como uma das mais promissoras do mundo, juntamente com a de Oxford e de uma sendo desenvolvida na China.

Dmitriev diz que a vacina da Rússia tem previsão de ter aprovação regulatória no próximo mês e deve ser administrada a uma grande parcela da população russa em setembro. Se isso acontecer, seria a primeira vacina contra a Covid-19 do mundo a ser aprovada.

A primeira fase da vacina com humanos, um teste de um mês com 38 pessoas, terminou nesta semana. Os pesquisadores concluíram que ela é segura para uso e induziu uma resposta imunológica, embora a força dessa resposta permaneça incerta.

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