MANAUS/AM – O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida Filho (PTB), convocou uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira (28), no edifício Cristal Tower, para apresentar sua versão dos fatos apurados pela Operação Sangria, que investiga o superfaturamento na compra de respiradores pelo Governo do Amazonas para o tratamento de Covid-19, e divulgadas pela imprensa nacional.
A coletiva foi marcada para às 12h. Almeida cumpriu o horário rigorosamente. Mas, quando se esperava que o vice desse detalhes que trouxessem a tona as denúncias sobre corrupção no governo e os gastos na saúde durante a pandemia, o que se viu foi apenas uma fala moderada sem qualquer novidade, do que se esperava.
A primeira manifestação de Carlos Almeida, após saída da Casa Civil se deteve em dois pontos: a relação com a Secretaria de Saúde do Amazonas e a suposta utilização de um escritório de advocacia para repasse de propinas.
Carlos Almeida
“De abril e maio 2020 fui Secretário da Casa Civil, exercendo articulação dela exigida com parlamentares, prefeitos, instituições e poderes públicos, como também exerci as funções de secretário de governo inerente àquele pasta, a exigir interlocução com as demais secretarias do Executivo“, relatou. “O exercício de minhas atividades exigia contato permanente com integrantes de todas as secretarias do estado mas, nem por isso, houve qualquer intromissão em assuntos de cada pasta“, disse o vice.
Outro Lado
Almeida afirmou ainda que as imagens divulgadas pelo “Jornal Nacional” do dia 19 de outubro, que comprovariam a presença dele em escritório para repasse de propinas são, na verdade, registros de uma reunião na sede da Rede Amazônica realizada em maio deste ano.
“As imagens foram editadas para insinuar que se referem ao mesmo dia, embora tenha acontecido em ocasiões diferentes“, argumentou. “Ao contrário do que se insinua, nunca usei o escritório do edifício Fórum Business para encontros ilícitos“.
O vice-governador afirma que, desde sua exoneração da Casa Civil em maio, não utiliza as dependências do local para reuniões.
“Não uso as dependências da sede do Governo desde o dia 18 de maio, quando me desliguei da Casa Civil. Há oito anos controlo minha alimentação e todos sabem que ando com minha lancheira, como muitos de vocês já viram. Não há nada de ilegal nisso“, disse ele, se referindo às denuncias dando conta que de foi visto transportando dinheiro em uma pequena lancheira.
“Confio na justiça, e como todo amazonense, espero que a verdade sobre os fatos seja esclarecida e os culpados sejam identificados e devidamente responsabilizados“, finalizou.
O vice-governador não quis responder nenhum dos jornalistas e saiu do local sem falar nada, com seus assessores e seguranças.