BRASIL – A bancada do PT na Câmara decidiu nesta segunda-feira (4), que irá apoiar a candidatura do deputado Baleia Rossi (MDB-SP) à presidência da Casa. A informação é do líder do PT na Câmara, Ênio Verri (PR).
O partido já havia se reunido na última semana para debater o apoio a Baleia Rossi, mas a decisão não tinha sido tomada. O deputado do MDB já tem apoio de outros partidos de oposição, como PSB, PDT e PCdoB. O PT, no entanto, tem a maior bancada da Câmara, com 54 deputados.
A eleição, com voto secreto, deve ocorrer no início de fevereiro – provavelmente, na manhã do dia 2. Pelo regimento da Câmara, o dia 2 é a data limite para a votação porque marca o início da sessão legislativa (calendário de trabalho dos parlamentares).
Baleia é o candidato escolhido pelo bloco capitaneado pelo atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que tenta emplacar um sucessor. As 11 legendas – PT, PSL, MDB, PSB, PSDB, DEM, PDT, Cidadania, PV, PCdoB e Rede – somam 280 parlamentares.
Como a votação para presidente da Câmara é secreta, pode haver votos divergentes dentro dos partidos. A estimativa considera a bancada eleita em 2018, ainda que algum deputado tenha se desligado ou esteja com as funções partidárias suspensas.
Se consideradas as bancadas atuais, o número de votos reunidos por essas legendas cai de 280 para 261. O número inclui:
- 52 deputados do PT;
- 36 deputados do PSL;
- 34 deputados do MDB;
- 33 deputados do PSDB;
- 30 deputados do PSB;
- 28 deputados do DEM;
- 27 deputados do PDT;
- 9 deputados do PCdoB;
- 7 deputados do Cidadania;
- 4 deputados do PV;
- 1 deputado da Rede.
A candidatura de Arthur Lira
Baleia terá como principal adversário o líder do PP e do Centrão, deputado Arthur Lira (PP-AL), que tem o apoio declarado do presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
O bloco de Lira é composto pelos partidos PL, PP, PSD, Republicanos, Solidariedade, PROS, Patriota, PSC e Avante. Juntas, as siglas reúnem 181 deputados, considerando as bancadas eleitas em 2018.
Já a bancada atual é um pouco maior, com 195 parlamentares:
- 43 deputados do PL;
- 40 deputados do PP;
- 35 deputados do PSD;
- 31 deputados do Republicanos;
- 13 deputados do Solidariedade;
- 10 deputados do Pros;
- 9 deputados do PSC;
- 8 deputados do Avante;
- 6 deputados do Patriota.
O PTB, com 10 deputados eleitos na ocasião, também deve se unir ao grupo.
A estratégia de formar blocos é garantir espaço na Mesa Diretora da Câmara, uma vez que as vagas são distribuídas conforme o tamanho das legendas ou dos blocos. Pelo regimento, nesse caso, é considerado o número de deputados eleitos pelos partidos.
No entanto, apesar da adesão das siglas, não há garantia de que todos os parlamentares seguirão a orientação partidária uma vez que a eleição é secreta.
Alguns partidos, como o Podemos (10 deputados) e o Novo (8), ainda não anunciaram oficialmente apoio a nenhum dos dois candidatos. O líder do Novo, deputado Paulo Ganime (RJ), disse que a sigla está “definindo” e que o anúncio deve ser feito na próxima semana.