BRASIL – O PSL passou a integrar oficialmente nesta quinta-feira (21) o bloco do deputado Arthur Lira (PP-AL) na disputa pela presidência da Câmara.
Até então, o partido integrava o grupo aliado de Baleia Rossi (MDB-SP), principal adversário de Lira na eleição, marcada para 1º de fevereiro.
A reviravolta foi possível graças à adesão de mais quatro parlamentares a um grupo inicial de 15 deputados dissidentes do PSL favoráveis à candidatura de Lira.
Com isso, essa ala conseguiu 19 assinaturas, o que formou maioria em relação à bancada atual da legenda na Câmara, que tem 36 parlamentares.
A decisão de apoiar o nome de Baleia tinha sido liderada pelo deputado Luciano Bivar (PSL-PE), que é o presidente nacional da legenda.
No entanto, a bancada na Câmara é dividida em razão de atritos internos. De um lado, há o grupo próximo de Bivar, conhecido como “bivarista“. E, de outro, os “bolsonaristas“, aliados do presidente Jair Bolsonaro, que se desfiliou da sigla, pela qual se elegeu em 2018, após disputas pelo comando do partido.
Além de se oporem ao bloco de Baleia, que é composto também por partidos de esquerda, os bolsonaristas defendem o nome de Lira, que é o candidato do Palácio do Planalto.
Esse grupo dissidente do PSL chegou a apresentar uma lista com 32 assinaturas pedindo a saída do bloco de Baleia, mas não foi validada. O motivo foi que constavam as assinaturas de 17 deputados do PSL que estão suspensos pelo partido em razão de divergências com a cúpula e que não poderiam ser contabilizados.
Como eram apenas 15 que pediam a participação no bloco de Lira, havia prevalecido a vontade da maioria até então, de apoio a Baleia Rossi.
A questão chegou a ser levada para que a Mesa Diretora da Câmara validasse as assinaturas dos suspensos, mas não houve definição e só deixou evidente o embate entre grupos adversários na eleição.
Dos sete integrantes da Mesa, quatro apoiam Lira. Os demais três, incluindo o atual presidente, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e Bivar, defendem o nome de Baleia.
Embora houvesse maioria para a validação do apoio a Lira, o caso acabou adiado em razão de um pedido de vistas feito por Bivar – estratégia que teve o aval de Maia.