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Prefeitura de Manaus concordou com tratamento precoce e anunciou ‘Kit Covid’

Ministro Pazuello defendeu, em Manaus, tratamento precoce com medicamentos sem eficácia para Covid-19, no dia 11 de janeiro.

Foto: Internet

AMAZONAS – Notificada pelo Tribunal de Contas da União (TCU) para informar se foi pressionada pelo Ministério da Saúde a usar cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina no tratamento de pacientes com Covid-19, a Prefeitura de Manaus chegou a anunciar no último dia 13 de janeiro que seguiria a orientação do ministro Eduardo Pazuello e distribuiria o ‘Kit Covid’, que contém medicamentos sem eficácia contra a doença.

O anúncio foi feito pelo prefeito de Manaus, David Almeida (Avante), em entrevista à CNN. “A informação que nós passamos à população é que quando a pessoa sentir os primeiros sintomas procure logo uma Unidade Básica de Saúde para que possa iniciar o tratamento de forma precoce. Nós temos as medicações receitadas pelos médicos. E esse tratamento é justamente para que a doença não agrave. Porém, temos também tratamento profilático, que tem prescrição médica, que vamos estar nos próximos dias indicando para a população e fazendo a distribuição”, disse Almeida na época.

Dois dias antes, o ministro Eduardo Pazuello defendeu, em Manaus, o tratamento precoce para minimizar a pandemia de Covid-19 no Amazonas. Ele disse que tratamento precoce era aconselhado pelas entidades de saúde do país e precisava ser divulgado pela imprensa.

Senhores, senhoras, não existe outra saída: nós não estamos mais discutindo se esse profissional ou aquele concorda. Os conselhos federais e regionais já se posicionaram, os conselhos são a favor do tratamento precoce, do diagnóstico clínico”, disse Pazuello.

Os medicamentos mencionados não têm eficácia contra a Covid-19, segundo estudos científicos feitos no Brasil e no exterior. No entanto, Pazuello e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido), defendem o que chamam de tratamento precoce, com prescrição de medicamentos como cloroquina, hidroxicloroquina e ivermectina a pacientes acometidos pela doença.

Em janeiro deste ano, o Ministério da Saúde enviou ao Amazonas 224.140 comprimidos de cloroquina e hidroxicloroquina, conforme o relatório de itens que foram enviados pelo ministério à Cema  Central de Medicamentos do Amazonas (Cema). A quantidade é maior do que a dos comprimidos enviados em todo o ano de 2020.

Na entrevista à CNN, David Almeida concordou com o ministro que o tratamento precoce precisa ser feito para reduzir a demanda de pacientes nas unidades do estado. Segundo Almeida, procurando as unidades básicas assim que aparecem os primeiros sintomas e recebendo os medicamentos, pacientes deixariam de ter complicações e não precisariam ser transferidos.

No dia 15 de janeiro, médicos e ex-presidentes do Conselho Federal de Medicina (CFM) divulgaram nota pedindo orientação a população “quanto ao adequado comportamento ético a ser adotado nesta pandemia evitando o uso de condutas terapêuticas sem respaldo científico”.

Antes mesmo de tomar posse como prefeito, David Almeida falava sobre a distribuição dos remédios. “Nossa intenção é distribuir medicamento, azitromicina, ivermectina, vitamina C, vitamina D, vitamina de A-Z, todo esse complexo vitamínico, pra aumentar a imunidade da população e diminuir a questão da infecção do vírus”, disse Almeida, em 29 de dezembro.

A Prefeitura de Manaus informou que ainda não foi notificada oficialmente e só poderá se manifestar após conhecer o teor do documento.

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