BRASIL – A Polícia Civil do Rio de Janeiro prendeu na manhã desta quinta-feira (8), a mãe de Henry Borel, Monique Medeiros, e o padrasto dele, o vereador Dr. Jairinho (Solidariedade). Eles são os principais suspeitos pela morte do garoto de 4 anos há um mês.
Henry morreu na noite do dia 8 de março após chegar ao hospital com dificuldades para respirar. Segundo o laudo do Instituto Médico Legal (IML), os ferimentos que causaram a morte foram feitos por uma ação violenta.
Em uma perícia realizada simultaneamente no apartamento do casal, foram localizadas supostas manchas de sangue em pedaços do papel de parede da sala e do quarto onde dormia a criança.
Embora o inquérito ainda não tenha sido concluído, a polícia acredita que Henry foi assassinado. Falta esclarecer como o crime foi cometido.
Babás
A babá Thayná de Oliveira Ferreira e a doméstica Leila Rosângela de Souza (a Rose) mentiram em seus depoimentos sobre a morte de Henry Borel, segundo a polícia.
Os agentes descobriram que as duas se reuniram previamente com o advogado de Dr. Jairinho e Monique Medeiros, presos suspeitos de atrapalharem as investigações.
Segundo a investigação, Thayná sabia que Henry era agredido. Já Rose teria mentido ao dizer que Dr. Jairinho não ficava sozinho com a criança.
Além disso, Rose estava no apartamento do casal em pelo menos uma vezem que o menino foi agredido pelo vereador, um mês antes do assassinato.
Ao ser questionada sobre o relacionamento de Jairinho e Monique com Henry, Thayná disse que “esteve na presença dos três, no máximo, quatro vezes, sem que passasse de duas horas em cada ocasião, mas não percebeu nada de anormal”.
Os agentes reuniram elementos que indicam que ela sabia, sim, que a criança havia sido agredida pelo padrasto ao menos uma vez, em fevereiro.
Thayná, que foi contratada para trabalhar como babá em 18 de janeiro deste ano, também foi perguntada sobre marcas que a criança poderia ter, mas disse que “costumava dar banho em Henry e nunca viu qualquer marca de violência no corpo do menino”. A investigação afirma que esta declaração também não é verdadeira.
A doméstica Leila Rosângela de Souza, a Rose, estava no apartamento do casal em pelo menos um dos dias que o menino foi agredido pelo vereador Doutor Jairinho, menos de um mês antes de sua morte. Esse foi um dos vários fatos omitidos pela testemunha em seu depoimento na 16a DP (Barra da Tijuca).
Os investigadores sabem também que Rose mentiu ao relatar que Jairinho “não ficava sozinho com a criança”.
Rose disse ainda que “chegou a presenciar quando Henry, ao ver que Jairinho havia chegado, chegou correndo falado “tio Jairinho, tio Jairinho”. Os investigadores tentam descobrir agora se as narrativas foram planejadas por pressão do vereador.
Relembre o caso
Henry Borel, de 4 anos, morreu na madrugada do dia 8 de março, após ser encontrado pela mãe caído em um dos quartos do apartamento onde vivia com a mãe e o padrasto. O laudo do Instituto Médico-Legal aponta “hemorragia interna e laceração hepática [danos no fígado] causada por uma ação contundente [violenta]”.
O boletim do hospital, onde Henry chegou às 3h50, informa que Monique e o padrasto, o vereador Jairinho (Solidariedade), disseram ter ouvido barulho emitido pela criança e se levantaram para ver o que aconteceu no quarto.
A médica Viviane dos Santos Rosa relatou que Monique e Doutor Jairinho disseram que encontraram a criança mole “após ouvirem um barulho no seu quarto sem resposta ao chamado da mãe”.
No entanto, no depoimento à polícia o casal não mencionou qualquer barulho feito pelo menino.
A polícia também recolheu imagens de câmeras de segurança mostrando que Henry chegou bem ao condomínio onde moram a mãe e o padrasto.