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Chefe da PF no Amazonas diz que ministro Salles ‘defende infratores ambientais’

Superintendente também criticou a atuação do Ibama na questão do desmatamento da Amazônia.

AMAZONAS – O superintendente da Polícia Federal no Amazonas, Alexandre Saraiva, disse que o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, “defende infratores ambientais“. A declaração foi dada nesta quinta-feira (15) ao Estúdio da GloboNews.

Saraiva levou até o Supremo Tribunal Federal (STF) uma notícia-crime contra o ministro e o senador Teomário Mota (PROS-RR) pelo suposto beneficiamento de madeireiros ilegais na Amazônia, o que facilita a grilagem de terra na Região Norte.

Não é todo dia que o superintendente faz isso [levar a notícia crime ao STF], mas também não é todo dia que um ministro de outra pasta promove a defesa de infratores ambientais“, explicou.

O superintendente também criticou a atuação do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) na questão do desmatamento da Amazônia. Segundo Saraiva, a Polícia Federal sempre teve uma relação de parceria, mas isso não vem ocorrendo mais.

Sempre tivemos uma relação de parceria, de complementação. Nunca, por exemplo, o Ibama se posicionou em pedir uma análise dos laudos periciais“, falou.

Saraiva também falou que não foi notificado por ninguém do governo sobre uma possível saída do cargo, apesar de ter ido na contramão de um dos ministros que mais são defendidos pelo presidente Jair Bolsonaro. Ele também falou que o Palácio do Planalto nunca chegou a fazer nenhuma solicitação irregular em relação ao seu cargo.

Não recebi nenhuma comunicação nesse sentido até agora“, disse Saraiva. Ele também falou que não tem medo de perder o cargo: “Não fiz concurso para superintendente, fiz para delegado”.

Sobre possíveis pedidos feitos pelo Palácio do Planalto, o agente foi categórico: “Nunca me foi solicitado nada que fosse fora da lei“.

Por fim, Saraiva também disse que para combater o desmatamento ilegal na Amazônia e a grilagem de terra é necessário um maior empenho nos estados na emissão dos documentos que permitem o uso da terra pelos madeireiros.

Precisamos que continuem as operações ostensivas. Precisamos atacar o processo administrativo que autoriza isso. Os madeireiros dizem que vão cultivar, criar gado, mas não é isso. Eles querem o documento de origem florestal. E a madeira não consegue circular sem o Documento de Origem Florestal (DOF). Se queremos resolver esse problema, precisamos olhar os processos administrativos, principalmente nos estados que desmatam mais“, finalizou.

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