O crescimento econômico registrado em 2023 foi impulsionado principalmente pelo setor externo, que contribuiu com dois terços desse crescimento, enquanto a demanda interna foi responsável pelo restante. Dos 2,9% de alta observada no ano passado, 2 pontos percentuais vieram do comércio com outros países, e 0,9 ponto percentual veio dos consumidores e do setor produtivo brasileiros.
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as exportações brasileiras cresceram 9,1%, impulsionadas pela desvalorização do real em relação ao dólar e pelo aumento do preço das commodities no mercado internacional, beneficiando os setores agropecuário e de extrativismo mineral.
A redução de 1,2% nas importações também contribuiu positivamente para o desempenho do setor externo e para o cálculo do Produto Interno Bruto (PIB).
Já a demanda interna foi influenciada principalmente pelo aumento de 3,1% no consumo das famílias, devido à melhora no mercado de trabalho, crescimento real da massa salarial e medidas governamentais como programas de transferência de renda. Além disso, a inflação média em 2023 foi de 4,6%, em comparação com os 9,3% de 2022.
O consumo das famílias poderia ter sido maior se não fosse o alto nível de endividamento e a taxa básica de juros Selic, que apresentou uma média de 13% em 2023, acima dos 12,4% de 2022.
O consumo do governo aumentou 1,7% em 2023, atingindo o maior patamar da série histórica do PIB, enquanto os investimentos tiveram uma queda de 3%, principalmente devido ao desempenho negativo dos investimentos em construção e em máquinas e equipamentos.
Produção
A agropecuária teve um crescimento de 15,1% em 2023, sendo a maior variação desde 1996. A indústria extrativa mineral também teve um impacto significativo, com um aumento de 8,7%, especialmente no setor petrolífero.
O setor de eletricidade, água, gás e esgoto cresceu 6,5%, contribuindo para o aumento de 1,6% no setor industrial brasileiro, já que a indústria da transformação e a construção apresentaram quedas. Os serviços tiveram um crescimento médio de 2,4%, principalmente nas atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.
O PIB per capita teve um crescimento de 2,2% em 2023, de acordo com o IBGE.
Trimestre
O crescimento de 2,9% no PIB em 2023, levando a economia brasileira ao seu maior patamar desde 1996, foi impulsionado pelo desempenho no primeiro semestre, com altas de 1,3% e 0,8% nos primeiros e segundos trimestres, respectivamente. No segundo semestre, o PIB permaneceu estável, sem variações nos terceiro e quarto trimestres.
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