Ali Hassan Mwinyi, um professor transformado em político que liderou a Tanzânia como seu segundo presidente pós-independência e ajudou a desmantelar o socialismo doutrinário de seu antecessor, Julius K. Nyerere, faleceu na quinta-feira em Dar es Salaam, antiga capital do país. Ele tinha 98 anos.
A presidente atual da Tanzânia, Samia Suluhu Hassan, anunciou a morte, em um hospital, no X, anteriormente conhecida como Twitter. Ela afirmou que o Sr. Mwinyi havia sido tratado de câncer de pulmão.
O Sr. Mwinyi tinha 60 anos quando assumiu a presidência em 1985 como sucessor escolhido a dedo pelo Sr. Nyerere, que se voluntariou para renunciar depois de governar seu país desde o início da nação independente como Tanganica em 1961 e sua fusão com Zanzibar em 1964 para criar o estado da Tanzânia.
Na época, a transição pacífica foi vista como um precedente em um continente que havia ganhado notoriedade pela violência política como principal agente de mudança ou sucessão.
Porém, críticos disseram que o Sr. Mwinyi, que serviu dois mandatos de cinco anos antes de renunciar em 1995, tinha pouco carisma e estatura internacional em comparação com o Sr. Nyerere, um estadista africano envolvido de perto nas lutas entre nações independentes para pôr fim à influência colonial portuguesa e britânica em Moçambique, Angola e Zimbábue, e para patrocinar os inimigos do apartheid na África do Sul governada por brancos.
Entre os tanzanianos, o Sr. Nyerere era conhecido como Mwalimu – Kiswahili para professor. Já o Sr. Mwinyi, por outro lado, foi apelidado de Mzee wa Rukhsa, traduzido livremente como um ancião que permite quase tudo.
Ao mesmo tempo, o governo socialista do Sr. Nyerere – baseado em noções de coletivização rural, nacionalização das indústrias e centralismo burocrático – havia levado a fracassos econômicos, incluindo escassez de divisas estrangeiras e bens essenciais, aumento da dívida e dependência de ajuda externa, grande parte dela de países escandinavos. A Tanzânia também havia travado uma guerra ruinosa com o Uganda vizinho que derrubou o ditador Idi Amin, mas aprofundou seu próprio declínio econômico.
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