O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (4) que a curva da inflação no país está seguindo uma trajetória “benigna”. Segundo ele, o setor que requer mais atenção é o de serviços, que “começou a pressionar um pouco” os preços.
“Precisamos analisar a dinâmica [da inflação no setor] de serviços. Fizemos várias análises sobre a dinâmica de inflação de serviços e acreditamos que não há nada, atualmente, que acenda qualquer tipo de sinal de alerta, mas que precisamos estar atentos”, disse ele em um evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP), na capital paulista.
Campos Neto enfatizou que, apesar de o Banco Central ter afirmado que seguirá rigorosamente a meta de inflação, o mercado ainda mantém uma expectativa futura de inflação acima da meta.
“Curiosamente, apesar de o Banco Central ter sinalizado muito e ter enfatizado muito a mensagem de que perseguiremos a meta, as expectativas de inflação estão mais ou menos estáveis para os próximos dois, três anos, em um nível que está acima da meta de 3,5%”.
De acordo com o presidente do BC, a projeção acima da meta feita pelo mercado pode ser explicada por vários fatores, incluindo a percepção da necessidade de um maior controle fiscal: “está relacionado a vários fatores. Tem um aspecto que é a percepção de que ainda é preciso fazer a convergência fiscal”.
Juros
O presidente do BC também destacou que a taxa básica de juros no Brasil ainda está elevada, mas tem diminuído em comparação com outros países emergentes.
“Quando comparamos as taxas de juros reais no Brasil com outros países, concluímos que ainda são mais altas, infelizmente, do que a maioria dos países, mas essa diferença é menor do que no passado”, disse ele.
“Quando olhamos, por exemplo, em comparação com os países emergentes, vemos que a taxa de juros, por exemplo, é menor do que no México”, acrescentou.
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