Um banco federal que financia projetos no exterior votou na quinta-feira para destinar US$ 500 milhões para um projeto de petróleo e gás no Bahrein, uma transação que críticos afirmaram estar em desacordo com os compromissos climáticos do Presidente Biden.
Apenas dias antes da votação, seis legisladores pediram ao banco, o Banco de Exportação e Importação dos Estados Unidos ou ExIm, que não avançasse com o financiamento, dada os impactos negativos do projeto no clima. “Não podemos nos dar ao luxo de permitir que o ExIm prejudique o progresso climático doméstico e internacional”, afirmaram os legisladores liderados pelo Senador Jeff Merkley, Democrata do Oregon, em uma carta ao conselho de administração do banco na semana passada.
O banco afirmou que o financiamento, na forma de garantias de empréstimos, está em linha com sua missão de apoiar as exportações e empregos americanos. A nova perfuração no Bahrein poderia significar contratos lucrativos para empresas americanas de engenharia e gestão de construção, disse o banco. O projeto incluirá medidas para controlar as emissões de gases de efeito estufa, conforme declarado em um comunicado.
O acordo com o Bahrein vem apenas meses depois dos Estados Unidos se juntarem a quase 200 outras nações em um compromisso de transição para longe dos combustíveis fósseis, cuja queima está superaquecendo perigosamente o planeta. Também ocorre enquanto o Sr. Biden trabalha para garantir o apoio dos eleitores preocupados com o clima, à medida que se candidata à reeleição.
Em fevereiro, os planos de financiamento dos projetos no Bahrein levaram dois conselheiros climáticos do banco a renunciar. E os auxiliares do Sr. Biden expressaram preocupação sobre a direção do banco, que consistentemente desrespeitou uma ordem presidencial de 2021 para que as agências governamentais parassem de financiar projetos intensivos em carbono no exterior.
O projeto no Bahrein é um dos vários empreendimentos controversos de combustíveis fósseis no exterior que o Banco ExIm está considerando atualmente. Também estão sendo considerados um projeto de exportação de gás natural na Papua Nova Guiné e um gasoduto offshore na Guiana, juntamente com alguns projetos relacionados a energias renováveis, como uma mina de zinco-chumbo na Groenlândia.
Entre 2017 e 2021, o banco forneceu quase US$ 6 bilhões em financiamento para projetos de combustíveis fósseis e US$ 120 milhões para energia limpa, de acordo com uma contagem do grupo de consultoria Perspectives Climate Group e do grupo sem fins lucrativos Oxfam.
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