O presidente Luiz Inácio Lula da Silva liderou, na segunda-feira (18), a primeira reunião ministerial de 2024 e afirmou que “ainda há muito a ser feito” no Brasil. Lula destacou que o país foi “completamente abandonado” pelo governo anterior e esteve muito perto de sofrer um golpe de Estado.

“Ainda temos muito a fazer, em todas as áreas. E muito não é algo estranho, é tudo aquilo com que nos comprometemos durante a campanha eleitoral. Já passamos um ano e três meses de mandato e vocês conseguem perceber o quão pouco fizemos e ao mesmo tempo o quão muito fizemos. Duvido que alguém conseguisse fazer se não fosse pelo esforço individual de cada um de vocês”, disse Lula aos seus ministros durante a abertura da reunião transmitida pelas redes sociais e pelo Canal Gov.

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O presidente criticou o governo anterior. Para ele, seu antecessor, Jair Bolsonaro, preocupou-se em “estimular o ódio entre as pessoas”, em vez de pensar em políticas sociais.

No encontro no Palácio do Planalto, Lula mencionou que muitos ministérios estavam com falta de servidores e que ainda não foi possível suprir toda a demanda de concursos públicos. Segundo ele, a maioria das pastas não possuía políticas públicas voltadas para a inclusão social e outras foram totalmente encerradas, como o Ministério da Cultura.


Brasília, DF 18/03/2024 . O presidente Luiz Inácio Lula da Silva preside reunião ministerial  Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

Na reunião ministerial, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva reclamou da defasagem de mão de obra no serviço público federal. Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

“Então, todos aqui são conscientes dos escombros que encontramos quando assumimos o cargo”, disse Lula, mencionando ações realizadas desde o início do mandato, como a recuperação dos programas Farmácia Popular, Mais Médicos, Bolsa Família, programas educacionais, a redução do desemprego e a retomada da política externa, com a abertura de 98 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros.

Golpe de Estado

O presidente também comentou sobre a divulgação dos depoimentos dos ex-comandantes das Forças Armadas à Polícia Federal (PF). Em sua avaliação, o Brasil “correu sério risco” de entrar em um novo período antidemocrático a partir da tentativa de golpe de Estado em 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram depredadas, em Brasília.

“Se, há três meses, quando falávamos sobre golpe, parecia apenas uma insinuação, hoje temos certeza de que o país correu sério risco de sofrer um golpe devido às eleições de 2022”, afirmou Lula, exaltando ainda a recusa dos comandantes das Forças Armadas em aderir ao plano golpista.

De acordo com os depoimentos prestados à Polícia Federal (PF) pelos ex-comandantes do Exército, Marco Antonio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos Almeida Baptista Júnior, Bolsonaro estava no centro das conspirações de uma ruptura democrática.

Para Lula, agora é o momento de fortalecer a democracia. “O povo foi mais sábio, mais corajoso, e nós estamos aqui com a incumbência de fazer algo muito importante, que não é apenas resolver os problemas econômicos, de saúde, transporte, agricultura, mas também consolidar o processo democrático deste país. A democracia passa a ser algo fundamental em nossas vidas”, afirmou.

Segundo Lula, apenas o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, não esteve presente na reunião de segunda-feira, pois está em viagem ao Oriente Médio. “Ele foi visitar a situação na Palestina, na Cisjordânia, e também outros países, levando uma mensagem do povo brasileiro”, explicou Lula, referindo-se aos esforços do Brasil para a resolução do conflito entre Israel e o grupo palestino Hamas, na Faixa de Gaza.

Após o discurso inicial do presidente, o ministro da Casa Civil, Rui Costa, fez um balanço das ações do governo federal. Em seguida, a transmissão foi encerrada e a reunião prosseguiu de forma privada.

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