Alguns membros da família real, especialmente os príncipes e princesas de sua geração mais jovem, são facilmente colocados no papel de vítimas. Eles são ricos, famosos e fotogênicos, e seus papéis na vida pública os tornam queridos por muitos.

Catherine, em particular, foi um foco pronto para uma narrativa de conspiração, não apenas porque é glamourosa e amplamente apreciada na Grã-Bretanha (ajudada pela cobertura favorável na imprensa sensacionalista), mas também porque tem sido mais reservada sobre sua vida do que muitos outros integrantes da realeza. “A assinatura de Kate tem sido sua compostura, sua discrição,” disse Arianne Chernock, historiadora da Universidade de Boston que estuda a Monarquia Britânica. “Kate tem sido uma pessoa muito mais privada” do que a Princesa Diana, afirmou.

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As teorias conspiratórias recentes vieram embaladas com vilões: nos cantos especulativos da internet, William foi incluído no papel de vilão que Charles ocupava na cobertura sobre Diana, por exemplo.

E como instituição, a família real é, por sua natureza, particularmente vulnerável a críticas e até mesmo ridicularização: afinal de contas, é um relicário constitucional centenário, baseado em rituais estranhos e financiado pelos contribuintes britânicos, que muitos veem como anacrônico em uma democracia parlamentar moderna. No seu cerne está uma paradoxo: é uma família de seres humanos unidos por relacionamentos e amor, mas também é “a firma,” como o Príncipe Philip chamou, uma instituição que persegue implacavelmente seus próprios interesses, até mesmo à custa dos próprios membros da realeza.

É importante notar que já existia uma subcultura online dedicada a especular sobre a percebida corrupção institucional da família real e o tratamento injusto de seus membros: os apoiadores de Meghan, Duquesa de Sussex, frequentemente chamados de “esquadrão Sussex,” há muito tempo vasculhavam a cobertura real em busca de evidências de má conduta. Essa comunidade se tornou fonte de algumas das narrativas de conspiração que foram amplificadas pelos algoritmos de redes sociais e até mesmo por uma operação de desinformação ligada à Rússia. E a escala da especulação online se tornou então objeto de cobertura da mídia tradicional, o que acrescentou mais lenha à fogueira, um ciclo de retroalimentação que Are diz ser comum.

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