O número de escritores presos na China ultrapassou 100 pela primeira vez, tornando o país o maior carcereiro de escritores, de acordo com a PEN America, um grupo de livre expressão, que divulgou seu Índice Anual de Liberdade para Escrever na quarta-feira.
A PEN America relatou que 339 escritores foram presos em 2023, o maior número dos últimos cinco anos em que produziu o índice. O número de escritores presos – uma lista que exclui repórteres, mas inclui escritores literários, poetas, comentaristas online e escritores de opinião – aumentou nos últimos cinco anos, disse Karin Karlekar, diretora de escritores em risco da PEN America. “Estamos vendo ameaças crescentes contra escritores”, afirmou.
Existem 107 escritores encarcerados na China, dos quais 50 são “comentaristas online” escrevendo sobre questões políticas e econômicas e expressando pontos de vista pró-democracia. Outros enfrentaram julgamento no ano passado sob a lei de segurança nacional de 2020 que reprimiu o dissenso em Hong Kong.
Alguns números-chave de 2023 incluem:
– Escritores em risco de serem presos: 923
– Escritores do sexo masculino presos: 288
– Escritores do sexo feminino presos: 51
– Comentaristas online presos: 180
A PEN America também mencionou o Irã como um local onde a “repressão aos escritores e à comunidade criativa continuou” no ano passado. O Irã prendeu 13 escritores em 2023, o segundo maior número no índice após a China, elevando seu total para 49 presos.
“Autoridades em países autoritários tendem a se preocupar com a expressão online devido ao impacto imediato e alcance global da internet”, disse Karlekar.
A Rússia e Israel entraram na lista dos 10 maiores carcereiros, demonstrando que países em conflito tendem a reprimir o dissenso. A liberdade de expressão e os escritores estão cada vez mais ameaçados em uma gama mais ampla de países.
O número elevado de jornalistas presos é um indicador preocupante do autoritarismo enraizado e da determinação dos governos em sufocar vozes independentes.
O índice da PEN America foca principalmente nos casos individuais de escritores. O aprisionamento de uma única voz dissidente tem um impacto mais amplo na sociedade como um todo, levando a menos discussão, menos discurso e autocensura.
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