Pelo menos 29 pessoas foram mortas e 60 estão desaparecidas após fortes chuvas atingirem o sul do Brasil, levando o governo estadual a enviar helicópteros de resgate em busca de moradores isolados, disseram as autoridades na quinta-feira.
As chuvas torrenciais que caíram sobre o estado do Rio Grande do Sul nos últimos dias foram bem acima do normal para esta época do ano, de acordo com especialistas.
Nos últimos quatro dias de abril, o estado recebeu cerca de 70% das precipitações que normalmente registra durante todo o mês, de acordo com dados do Instituto Nacional de Meteorologia analisados pelo The New York Times.
As chuvas fizeram com que rios transbordassem pela região central e de baixa altitude do estado, inundando cidades, causando o desabamento de uma ponte, bloqueando estradas e provocando deslizamentos de terra. A cidade de Canudos do Vale ficou isolada, sem eletricidade nem comunicação. Já em Candelária, os moradores aguardaram helicópteros de resgate nos telhados de suas casas inundadas.
Cerca de 10.000 pessoas foram obrigadas a deixar suas casas, segundo a defesa civil do Rio Grande do Sul. A crise levou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, a declarar estado de emergência na quarta-feira.
Autoridades lutaram para alcançar os moradores isolados, com equipes de busca e resgate incapazes de chegar a algumas áreas devido aos altos níveis dos rios e às fortes inundações. Com nenhum local para pousar, alguns helicópteros utilizaram guinchos para resgatar moradores de áreas inundadas.
Os meteorologistas alertaram que mais chuvas provavelmente estão a caminho nos próximos dias, o que poderá complicar ainda mais os esforços de resgate.
O presidente do país, Luiz Inácio Lula da Silva, que visitou a região na quinta-feira, prometeu que as agências federais se juntariam aos esforços do governo estadual e dos municípios para superar este momento difícil.
No ano passado, 37 pessoas foram mortas na mesma região do Brasil devido a chuvas torrenciais e ventos severos causados por um ciclone.
O instituto nacional de meteorologia afirmou que a região estava sofrendo os efeitos de um fenômeno natural conhecido como El Niño, que pode trazer fortes chuvas às regiões do sul do Brasil, ao mesmo tempo em que causa seca na floresta amazônica.
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