O Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou na quarta-feira (8) que irá se reunir com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para discutir a desoneração da folha de pagamento de 17 setores da economia e a redução da alíquota da contribuição previdenciária sobre a folha dos municípios com até 156 mil habitantes. Durante a reunião, o ministro apresentará a proposta sobre o assunto e tentará demonstrar que “todo mundo tem a ganhar” com a retomada da reoneração, que será gradual.

Essa declaração foi feita no programa Bom Dia, Ministro, produzido pelo Canal Gov da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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Ao ser questionado sobre as negociações com o Parlamento para discutir o assunto, o ministro afirmou que após a decisão liminar do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Cristiano Zanin, que suspendeu a desoneração da folha, o governo iniciou conversas com os setores para chegar a um consenso.

“Esta semana nós fizemos uma proposta e o setor fez uma contraproposta ontem [terça-feira]. Eu achei por bem, até por recomendação do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] e pelas boas práticas políticas, pedir uma reunião com o presidente [do Senado] Rodrigo Pacheco para que ele tomasse ciência da proposta do Ministério da Fazenda e da contraproposta dos setores, que está em consonância com o que nós entendemos, que pode ser um caminho de pacificação”, disse.

“[A desoneração] é algo que se arrasta por mais de 10 anos, é uma briga que se arrasta por mais de 10 anos e nós queremos botar um fim nisso”, pontuou.

Haddad também mencionou que a reoneração está alinhada com a reforma tributária conduzida pelo governo e que depois de debater o imposto sobre o consumo, será feita uma reforma nos impostos incidentes sobre a folha de pagamento e sobre a renda.

“Hoje, você acaba pagando muito [imposto], porque poucos pagam. A partir do momento que você amplia a base, o que vai acontecer também com a questão da folha, o déficit da Previdência [social] vai cair, com todo mundo contribuindo igualmente. Não tem cabimento um setor contribuir e o outro ser subsidiado. Então, nós estamos equacionando isso no consumo, na renda e na folha. No caso da renda, no governo anterior a pessoa que ganhava dois salários mínimos pagava imposto de renda e aquele bilionário com o fundo fechado ou com o fundo fora do país, chamado fundo offshore, era isento de imposto”, lembrou.

“O que o Lula fez? Vamos botar o pobre no orçamento e o rico no imposto de renda”, acrescentou Haddad.

O ministro informou que até o final desta semana o governo vai encaminhar todos os atos para ajudar o estado do Rio Grande do Sul, que está sofrendo com as fortes chuvas, incluindo a renegociação da dívida com a União, que deve ser anunciada até amanhã. Ele também mencionou que foi enviada para a Casa Civil a proposta de criação de linhas de crédito subsidiadas.

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