O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, reafirmou nesta quarta-feira (15), em São Paulo, que o governo federal não pretende competir com os produtores de arroz do Rio Grande do Sul ao importar o produto para evitar a especulação de preços.

“O objetivo da portaria não é rivalizar com os produtores gaúchos. O governo não seria insensível ao criar uma situação de competição que reduziria o preço do arroz para o produtor. Inclusive, queremos tranquilizar os produtores sobre isso. Em breve teremos uma medida provisória que beneficiará os produtores de arroz do Rio Grande do Sul”, afirmou o ministro, que esteve visitando a APAS SHOW, o maior evento de bebidas e alimentos das Américas e a maior feira supermercadista do mundo, que está sendo realizada no Expo Center Norte, na capital paulista.

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“Temporariamente estamos lidando com o risco de especulação de desabastecimento, por isso essas medidas cautelares, mas aguardem nos próximos dias. Os produtores de arroz podem ficar tranquilos, pois também receberão incentivos. O governo está agindo com prudência, mas com total transparência e visão de futuro para os produtores brasileiros”, acrescentou Fávaro.

Hoje, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou que o arroz importado pelo governo será vendido ao consumidor brasileiro por até R$ 4 o quilo e que no primeiro leilão, marcado para a próxima terça-feira (21), serão adquiridas até 104.034 toneladas de arroz importado da safra 2023/2024. A medida visa, reforçou a Conab, “enfrentar as consequências sociais e econômicas das enchentes no Rio Grande do Sul”.

“O arroz que vamos comprar terá uma embalagem especial do governo federal e constará o preço de venda ao consumidor. O preço máximo ao consumidor será de R$ 4 o quilo”, disse Edegar Pretto, presidente da Conab.

Segundo o ministro, a importação de arroz foi motivada para evitar a escassez e o aumento de preços para o consumidor, uma vez que 70% do arroz consumido no Brasil é produzido no Rio Grande do Sul, que sofre com as fortes chuvas. “Eu sei que o Rio Grande do Sul tem uma safra suficiente para abastecer o Brasil, mas o problema é o desencontro de prazos e a infraestrutura. Precisamos ter uma política pública holística, olhar para o Brasil como um todo. Mas de forma alguma queremos desvalorizar ou reduzir o preço do arroz para os produtores. Porém, na mesa do cidadão, também não podemos permitir que o preço suba e pagar um valor exagerado devido à especulação desenfreada em um momento de dificuldade no Rio Grande do Sul”, afirmou Fávaro.

Trigo

O ministro também comentou sobre o plantio de trigo para este ano no Rio Grande do Sul. “A safra de trigo ainda não está atrasada. Alguns produtores perderam equipamentos, outros estão com problemas de solo. Mas é possível sim plantar trigo. Não temos essa preocupação no momento. Acredito que ainda há tempo para iniciarmos o plantio”, disse ele.

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