Pelo segundo ano consecutivo, o Banco Central (BC) encerrou o balanço no vermelho. Após registrar um prejuízo de R$ 298,5 bilhões em 2022, o BC teve um prejuízo de R$ 114,2 bilhões em 2023. O Conselho Monetário Nacional (CMN) aprovou nesta quinta-feira (28), em Brasília, o balanço do banco no ano passado.

Em 2023, houve um prejuízo de R$ 123 bilhões relacionado a operações cambiais, como swaps (venda de dólares no mercado futuro) e variação das reservas internacionais. Isso ocorreu devido à queda de 7,86% do dólar no ano passado, o que resultou em perdas na conversão das operações cambiais para reais.

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O prejuízo de 2023 não foi ainda maior porque o Banco Central obteve um lucro operacional (ganhos com a atividade exercida) de R$ 8 bilhões no ano. Ao somar os resultados cambiais e operacionais, chegamos ao prejuízo final de R$ 114,2 bilhões.

Cobertura

Devido à legislação de 2019 que regula a relação entre o Banco Central e o Tesouro, a destinação dos lucros da autoridade monetária foi modificada. Do prejuízo total, o Tesouro terá que cobrir R$ 111,2 bilhões por meio de títulos públicos. Os outros R$ 3 bilhões serão cobertos pela redução do patrimônio do BC.

O último resultado positivo divulgado pelo BC foi em 2021, quando obteve um lucro recorde de R$ 85,9 bilhões.

Nessa época, o Banco Central formou uma reserva de lucros para compensar possíveis perdas nos anos seguintes. Essa reserva foi esgotada no ano passado. Em 2022, a Lei Complementar 179 alterou a apuração do resultado do BC de semestral para anual.

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