A diminuição do pessimismo econômico no exterior e as apostas sobre os juros no Brasil resultaram em um segundo dia consecutivo de queda expressiva para o dólar. A bolsa de valores recuou pela primeira vez após três altas seguidas.
O dólar comercial fechou nesta terça-feira (23) sendo vendido a R$ 5,13, com uma queda de R$ 0,038 (-0,74%). A cotação chegou a começar em alta, atingindo R$ 5,18 nos primeiros minutos de negociação, mas posteriormente reverteu o movimento após a abertura dos mercados nos Estados Unidos. Na menor cotação do dia, por volta das 15h30, alcançou R$ 5,12.
A moeda norte-americana está no nível mais baixo desde o dia 12, quando fechou em R$ 5,12. O dólar acumula uma alta de 2,29% em abril e de 5,7% em 2024. Na semana passada, o dólar chegou a se aproximar de R$ 5,30.
No mercado de ações, o dia foi mais tenso. O índice Ibovespa, da B3, encerrou aos 125.148 pontos, com uma queda de 0,34%. O indicador chegou a subir durante a tarde, mas não conseguiu manter a alta, devido à queda do preço do ferro no mercado internacional e à expectativa de que o Banco Central (BC) reduza o ritmo de corte na Taxa Selic (juros básicos da economia).
Nesta terça-feira, o mercado global teve um dia de alívio com a divulgação de que o índice de compras por empresas nos Estados Unidos atingiu o menor nível em quatro meses. A desaceleração desse indicador, que serve como uma prévia para o consumo, aumenta as chances do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) iniciar o corte dos juros básicos da maior economia do mundo em julho.
No Brasil, a divulgação do boletim Focus, uma pesquisa feita pelo Banco Central (BC) com instituições financeiras, contribuiu para a queda do dólar, mas desanimou os investidores na bolsa. Os agentes de mercado aumentaram de 9% para 9,5% ao ano a estimativa da Taxa Selic no fim de 2024. Juros mais altos no Brasil reduzem as pressões para a alta do dólar, mas causam quedas na bolsa de valores porque os investidores tendem a preferir investimentos menos arriscados, como títulos públicos.
*Com informações da Reuters
Comentários