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Indígenas despreocupados com coronavírus e prefeito alerta para possível contaminação em massa

O município aguarda os repasses do Governo e vem sofrendo com a falta de materiais básicos

O prefeito de Amaturá, Joaquim Corado, anda apreensivo com o descaso da população indígena em relação à transmissão do coronavírus. Segundo ele, os indígenas da região estão levando à vida normalmente, circulando pela cidade, viajando de um município para o outro, visitando parentes e se reunindo para as festividades das tribos, desobedecendo às medidas protetivas de prevenção contra a COVID-19.

“Estou preocupado com a saúde deles. Os indígenas são muito resistentes em aceitar as recomendações do Ministério da Saúde pedindo para evitar aglomerações, usar máscaras, lavar às mãos e passar álcool em gel para evitar a disseminação do coronavírus, eles possuem baixa imunidade e com isso ficam mais expostos ao vírus.  Além deles não acreditarem no que falamos sobre os danos que o vírus pode causar a todos nós, eles também não acreditam nos casos de transmissão comunitária”, enfatizou Joaquim Corado.

O problema se agrava ainda mais porque o município ainda aguarda os repasses do Governo e vem sofrendo com a falta de materiais básicos para os cumprimentos das normas da Organização Mundial de Saúde para controle de epidemias, tais como máscaras, luvas, álcool 70%, medicamentos específicos e aquisição de kits para testes rápidos do coronavírus.

Ainda dentro das medidas aplicadas para frear o avanço da doença, está a ajuda dos profissionais de saúde, pessoas capacitadas para prestar os primeiros socorros nos casos suspeitos da COVID-19, o que o município também não dispõe.

Em locais onde o transporte pelos rios é muito utilizado como o município de Amaturá, o índice de contaminação pode aumentar, consideravelmente, caso não haja uma intervenção local rápida e eficiente nos portos da cidade.
Para conter o fluxo desmedido de saída dos índios das tribos para a comunidade local e cidades vizinhas, à prefeitura já promoveu ações de orientação e alerta contra a COVID -19 entre os caciques e outras lideranças indígenas, porém não foram atendidas.
“Nós já fomos na aldeia, chamamos para reunião o cacique, toda a tribo, a gente segue orientando. Tenho mobilizado e treinado pessoas para atuarem como agentes de contenção nos locais de entrada e saída de Amaturá, mas os índios continuam se movimentando muito. Tem que haver uma ação mais firme da FUNAI. Quem sabe com a ajuda deles, os índios se conscientizem mais dos riscos dessa doença”, destacou Corado.

Os indígenas representam 42% da população do município de Amaturá

Entre os municípios mais próximos estão Santo Antônio do Iça, São Paulo de Olivença e Tonantins. Alguns locais já apresentam casos suspeitos de transmissão do coronavírus.

Amaturá fica distante cerca de 1.239km da capital Manaus.
O ser humano é susceptível ao novo vírus e inexiste, ainda, contra ele proteção vacinal.

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