fbpx
34.3 C
Manaus
InícioBrasilCâmara retoma sessão para votar PEC Emergencial em segundo turno

Câmara retoma sessão para votar PEC Emergencial em segundo turno

Votação em primeiro turno terminou no início desta madrugada (11).

BRASIL – A Câmara dos Deputados retomou a sessão para votar, em segundo turno, a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 186/19, a chamada PEC Emergencial. A proposta cria mecanismos de contenção fiscal, controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários; além de liberar R$ 44 bilhões, fora do teto de gastos, para pagamento do auxílio às pessoas afetadas pela pandemia de covid-19.

Segundo o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), a Casa deve concluir ainda nesta quinta-feira (11) a votação da PEC, com poucas alterações. A oposição, contudo, tenta obstruir as votações e adiar a apreciação da proposta, com o argumento de que o governo faz chantagem ao condicionar o pagamento da nova rodada de auxílio emergencial à aprovação das medidas de ajuste fiscal.

Vamos manter o foco no trabalho hoje para que a Câmara consiga, respeitando os limites regimentais, como todos têm acompanhado há três dias, aprovar a PEC sem nenhuma quebra mais nos seus destaques”, disse. “O segundo turno, com todos os seus destaques, deverá levar um tempo parecido com o de ontem, mas terminaremos hoje”, afirmou Lira.

A votação em primeiro turno do texto foi concluída, no início da madrugada de hoje. Ao fim da sessão, Lira convocou sessão extraordinária para as 10h de hoje a fim de dar seguimento à apreciação da proposta. Para que o texto seja aprovado, são necessários no mínimo 308 votos.

Auxílio

A PEC libera R$ 44 bilhões por fora do teto de gastos para o pagamento do auxílio emergencial. Segundo o governo, as parcelas de ajuda à população mais vulnerável serão de R$ 175 a R$ 375 por quatro meses (março a junho), sendo R$ 375 para mulher chefe de família monoparental; R$ 175 no caso de homem e de R$ 250 para casais.

Rigidez

O texto da PEC impõe medidas de ajuste fiscal, como controle de despesas com pessoal e redução de incentivos tributários, caso as operações de crédito da União excedam as despesas. Entre as medidas, estão barreiras para que a União, os estados e os municípios criem despesas obrigatórias ou benefícios tributários.

Pela proposta, todas as vezes em que as despesas obrigatórias sujeitas ao teto de gastos ultrapassarem 95% das despesas totais, ficarão proibidos para os poderes Executivo, Legislativo, Judiciário e o Ministério Público: aumentar salário para o funcionalismo; realizar concursos públicos; criar cargos e despesas obrigatórias; conceder benefícios e incentivos tributários; lançar linhas de financiamento e renegociar dívidas.

Para o nível estadual e municipal, a regra dos 95% será facultativa. O texto inclui gatilho adicional de medidas de contenção de gastos, quando a relação entre as despesas correntes e receitas correntes alcançar 85%, com vigência imediata e dependente de atos do governador ou do prefeito.

Segundo a proposta, uma lei complementar vai tratar da sustentabilidade da dívida e poderá autorizar a aplicação dessas restrições. O teto diz que a lei deve definir, entre outros pontos, níveis de compatibilidade dos resultados fiscais com a trajetória da dívida e planejamento de venda de estatais para reduzir seu montante.

Acordo

Entretanto, o governo acatou um acordo, envolvendo a maior parte dos partidos da base aliada, para apresentar no segundo turno de votação um destaque ao texto, retirando a proibição de promoção funcional ou progressão de carreira de qualquer servidor ou empregado público.

Este foi um dos pontos mais criticados da PEC. A proposta surgiu durante a votação de um destaque do PT, que retirava do texto as restrições relacionadas às despesas de pessoal.

De acordo com Lira, serão apresentados dois destaques para assegurar a manutenção das promoções e progressões dos servidores e funcionários públicos.

O governo cedeu um pouco, o plenário da Câmara ajustou”, afirmou Lira. “É importantíssimo que terminemos hoje essa PEC, para dar tempo de tomarmos as providências necessárias e passarmos para os outros assuntos que são justamente a reforma administrativa, com a CCJ [Comissão de Constituição e Justiça] já instalada e vamos trabalhar nesse final de semana, para que se apresente o mais rápido possível o relatório da reforma tributária”, disse.

O único destaque aprovado na votação de ontem retirou da proposta toda a parte que proibia a vinculação de qualquer receita pública a fundos específicos.

Entretanto, permaneceu no teto o ponto que prevê que, até o fim de 2023, o Poder Executivo poderá utilizar o superávit financeiro dos seus fundos públicos para pagar dívida pública. Ficam de fora da regra os fundos públicos de fomento e desenvolvimento regionais e os fundos mantidos pela PEC, que aumentou a desvinculação de receitas.

A medida vale inclusive para estados e municípios, mas se o ente federado não tiver dívida pública para amortizar, o dinheiro será de livre aplicação.

Comentários

- Advertisment -

LEIA MAIS