AMAZONAS – A Polícia Federal acaba de abrir investigação em inquérito sobre a omissão do ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, no colapso da saúde no Amazonas. A notícia foi divulgada no início da tarde deste dia (29) pelo programa Estúdio I, da GloboNews.
Pazuello já é alvo de investigação no Ministério Público Federal (MPF). O ministro está há uma semana na capital do Amazonas, enviado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para resolver a questão. Contudo, após esse período, a crise continua, principalmente quanto à falta de oxigênio medicinal na rede hospitalar.
Conforme afirmam a empresa fornecedora e o Governo do Amazonas, Pazuello e sua equipe foram avisados que o estado caminhava para a crise.
O enviado de Bolsonaro, no entanto, não agiu. Ao contrário, mandou força-tarefa a Manaus, com a secretária Mayra Pinheiro, para empurrar cloroquina para os pacientes de coronavírus (covid-19).
Como consequência, a investigação da Polícia Federal tem conexão com o inquérito que corre no Supremo Tribunal Federal (STF).
Conforme informou a CNN Brasil, o inquérito foi autorizado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do STF, a pedido da PGR no último dia (23).
Para isso, Lewandowski deu 60 dias como prazo inicial para a policia concluir as investigações. Contudo, deve ouvir Pazuello de imediato, em até cinco dias. Isso vai ser feito por um delegado especial, destacado só para ouvir pessoas com foro em virtude da função que exerce.
Despedida de Manaus
Pazuello, fez um discurso em tom de despedida no fim da manhã desta sexta (29), em Manaus, durante evento da Prefeitura de Manaus para receber dez médicos do Programa Mais Médicos para atuar na pandemia.
Ele, objetivamente, falou em despedida da cidade, onde está há seis dias, enviado pelo Planalto para ajudar a crise na saúde do Amazonas.
Mas, além disso, ele deixou margem para entendimento de fim de linha no comando do Ministério da Saúde.
“Vou aproveitar esse momento, que talvez seja minha última oportunidade de conversar nesse nível em Manaus”, disse Pazuello.
Depois disso, ele deixou subentendido que sua permanência no cargo está condicionada ao que vai acontecer na tarde desta sexta em Brasília.
“Antes de retornar para Brasília (…) o que vai acontecer hoje à tarde”, acrescentou em frase solta e incompleta.
Pressão
O tom de despedida do general Pazuello ocorre em meio à pressão para que ele deixe o cargo por dois motivos.
Crise de oxigênio
O primeiro é o fato de hoje já ser um auxiliar direto do presidente Jair Bolsonaro, de primeiro escalão, investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
Ele foi acusado pela Procuradoria Geral da República (PRG) por ter negligenciado alerta de caos no abastecimento de oxigênio em Manaus.
Dessa forma, segundo a PRG, ele teria praticado crime contra a vida, por causa do colapso que provocou mortes de pacientes com covid-19 no Amazonas.
A apuração do caso foi autorizada pelo ministro Ricardo Lewandowski na segunda-feira (25), pondo-o na condição de investigado.
Cabeça na bandeja
Além disso, a eleição para a Mesa Diretora da Câmara dos Deputados virou outro problema para Pazuello.
Para apoiar Arthur Lira, candidato de Bolsonaro, o centrão quer a pasta de general. E tudo indica que a cabeça do general já foi negociada.
Nome cogitado
Nos bastidores de Brasília, há informação de que Pazuello já tem até substituto. Este seria Ricardo Barros (PP-PR), líder do governo na Câmara, que já foi ministro da saúde.
Ele comandou a pasta no governo Michel Temer, de 2016 a 2018. A mudança, segundo fontes do Planalto, pode acontecer ainda neste fim de semana.
*CNN
[…] Por isso, na última semana, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar possível omissão de Pazuello na falta de em… […]