Um importante membro do gabinete de guerra de Israel iria se encontrar com o ministro das relações exteriores da Grã-Bretanha na quarta-feira, em meio à crescente preocupação dos aliados de Israel com a situação humanitária em Gaza e a necessidade de uma pausa nos combates.
O membro do gabinete israelense, Benny Gantz, ex-chefe do exército e um importante rival político do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, estava programado para visitar Londres um dia após realizar reuniões a portas fechadas em Washington com autoridades e líderes políticos, incluindo o Secretário de Estado Antony J. Blinken e o Secretário de Defesa Lloyd J. Austin III. Em sua viagem a Washington, o Sr. Gantz também se encontrou com a Vice-Presidente Kamala Harris – que elogiou a “abordagem construtiva” de Israel em buscar um cessar-fogo de seis semanas, mas instou o governo a fazer mais para permitir a entrada desesperadamente necessária de ajuda humanitária em Gaza – e com Jake Sullivan, conselheiro de segurança nacional do presidente Biden.
O ministro das relações exteriores britânico, David Cameron, teve palavras duras para Israel antes de seu encontro com o Sr. Gantz. Em um debate na Casa dos Lordes na terça-feira, o Sr. Cameron disse que pretendia transmitir ao Sr. Gantz a necessidade de Israel fazer mais para aumentar a ajuda que chega a Gaza para resolver o “sofrimento terrível” no território.
” A paciência precisa se esgotar e uma série de avisos precisa ser dados a Israel”, disse. “Israel é a potência ocupante e é responsável.”
As reuniões de alto nível em Washington irritaram o Sr. Netanyahu e seus aliados de direita, expondo divisões crescentes entre os líderes que conduzem a guerra de Israel em Gaza.
O Sr. Gantz e o Sr. Netanyahu são de partidos diferentes e frequentemente estiveram em lados opostos de questões. Mas após os ataques de 7 de outubro em Israel, o Sr. Gantz se juntou ao gabinete de guerra de emergência do Sr. Netanyahu.
O escritório do Sr. Netanyahu disse que não aprovou a viagem de Gantz a Washington. O ministro das finanças de extrema-direita de Israel, Bezalel Smotrich, disse na TV do Knesset na segunda-feira que era “uma pena” que a viagem não tivesse sido coordenada com o primeiro-ministro, acrescentando: “Devemos mostrar união e falar com uma só voz para o mundo inteiro.”
Em Washington, o Sr. Austin pediu o apoio do Sr. Gantz para possibilitar que mais ajuda humanitária chegue a Gaza e enfatizou a necessidade de um plano para proteger civis antes de Israel avançar para Rafah, no sul do território, informou o Pentágono em um resumo da reunião. O Sr. Blinken pressionou o Sr. Gantz sobre a importância de chegar a um acordo em breve sobre a libertação de reféns e uma pausa nos combates, e instou Israel a abrir mais cruzamentos de fronteira para facilitar a chegada de suprimentos ao território, segundo o Departamento de Estado.
John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, em resposta a uma pergunta de um repórter sobre se as reuniões do Sr. Gantz foram um insulto ao governo Netanyahu, disse que foram solicitadas pelo Sr. Gantz.
“Foi uma boa oportunidade para discutir com o gabinete de guerra a forma como estamos apoiando Israel e as coisas que queremos que Israel faça”, disse o Sr. Kirby.
**Adam Sella contribuiu com a reportagem.**
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