O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, declarou hoje (22), em São Paulo, que a meta do governo de zerar o déficit primário deste ano dependerá da evolução da economia e da aprovação de medidas encaminhadas ao Congresso Nacional.
“Como sempre digo: a meta hoje é uma lei. O resultado não depende apenas de fixar na lei o que você quer. Depende de um esforço do Executivo, do Legislativo e do Judiciário em prol do equilíbrio das contas”, afirmou o ministro em uma entrevista concedida no início da tarde.
No entanto, Haddad afirmou que o governo está otimista em relação ao crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano. “Estamos prevendo 2,2% de crescimento, mas alguns atores do mercado já estão projetando um cenário ainda mais positivo. Alguns economistas conceituados estão falando em 2,5%. Portanto, há especulações sobre um crescimento maior do que o projetado pelo governo. Isso ajuda na arrecadação, naturalmente.”
Entrevista coletiva do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil
Nessa coletiva de imprensa, ele falou sobre o bloqueio de R$ 2,9 bilhões do Orçamento de 2024 em gastos discricionários (não obrigatórios), anunciado pelo Ministério do Planejamento. Para Haddad, os resultados estão próximos do esperado pelo governo federal.
“A cada bimestre, a Receita Federal vai reavaliando as receitas que podem ainda entrar ao longo do ano, os riscos de frustração e avaliações dessa natureza. A impressão da equipe é de que talvez as receitas correntes estivessem um pouco subestimadas e as receitas extraordinárias um pouco superestimadas, mas elas estão se compensando bem até agora, e temos uma projeção boa para o ano”, explicou o ministro.
O Planejamento revisou para R$ 9,8 bilhões a estimativa de déficit primário para este ano, com uma meta de déficit zero permitindo um limite de tolerância de 0,25% do PIB, equivalente a R$ 28,8 bilhões.
Receitas e despesas
O ministro da Fazenda também considerou positivo o resultado das receitas e despesas do governo federal no primeiro bimestre. No mês passado, a arrecadação federal bateu recorde em fevereiro, com alta de 12,27% acima da inflação oficial em relação ao mesmo período do ano passado.
Tivemos um bom primeiro bimestre, mas vamos continuar acompanhando. Foto: – Paulo Pinto/Agência Brasil
“Tivemos um bom primeiro bimestre, mas continuaremos acompanhando com rigor a evolução do ano”, concluiu ele.
Quanto ao remanejamento do bloqueio anunciado hoje, Haddad afirmou que será o Ministério do Planejamento que irá defini-lo. “O Planejamento oferecerá a dotação para remanejar e aumentar as despesas com a Previdência, que estão acima das projeções do ano passado”, explicou o ministro.
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