As autoridades na Nova Caledônia, um território ultramarino francês semiautônomo no Pacífico Sul, implementaram um toque de recolher na terça-feira e proibiram todas as reuniões públicas após protestos contra uma proposta de mudança constitucional se tornarem violentos durante a noite.
O Alto Comissariado da República da França na Nova Caledônia anunciou na terça-feira que uma “mobilização massiva” de forças de segurança e defesa foi enviada para conter os protestos. Além disso, um toque de recolher foi imposto na capital, Noumea, para a noite de terça-feira, e todas as reuniões públicas foram proibidas, juntamente com a venda de álcool e o transporte de armas, informou o Alto Comissariado.
Os protestos mais recentes começaram na segunda-feira, antes de uma votação programada para terça-feira no Parlamento francês sobre uma alteração na Constituição da Nova Caledônia que ampliaria a elegibilidade dos cidadãos franceses para votar nas eleições provinciais. Alguns ativistas pró-independência no território temem que a emenda enfraqueça seu movimento.
Muitos policiais ficaram feridos na agitação, e lojas, farmácias, supermercados e concessionárias de automóveis na capital e em algumas áreas remotas sofreram danos, informou o comissariado na manhã de terça-feira. Pelo menos 36 pessoas foram presas, disse o comissariado.
As tensões vinham se acumulando há várias semanas em relação à proposta de mudança constitucional. Desde 2007, as listas de eleitores no território estão efetivamente congeladas, com apenas aqueles listados em 1998 elegíveis para votar nas eleições subsequentes.
A emenda concederia direitos de voto a todos os cidadãos franceses que vivem no território há 10 anos, aumentando efetivamente as listas em cerca de 20.000 a 25.000 pessoas, segundo Adrian Muckle, professor sênior de história na Universidade Victoria de Wellington, na Nova Zelândia, especialista em Nova Caledônia. A Nova Caledônia tem uma população de cerca de 300.000 habitantes.
Esta é uma história em desenvolvimento.
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