Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ) prestou depoimento na noite de terça-feira (7), ao Grupo de Atuação Especializada no Combate à Corrupção (Gaecc) do Ministério Público do Rio (MPRJ).
Em janeiro do ano passado, ou seja, há 18 meses, Flávio foi convocado para depor no MP, mas faltou argumentando que não era investigado.
Nesta terça, o senador foi finalmente ouvido por videoconferência na investigação do caso das “rachadinhas” e, segundo apurou a TV Globo, respondeu as perguntas feitas pelos promotores – o teor não foi divulgado porque o caso corre em segredo de Justiça.
O senador e sua mulher, Fernanda Nantes, foram intimados pelo MP a prestar depoimento sobre as suspeitas de participarem do esquema em que funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa (Alerj) devolveriam parte do salário para Flávio, então deputado estadual.
Segundo nota enviada pelos advogados do senador, “o depoimento atende a pedido feito pela defesa, que quer restabelecer a verdade”. Diz ainda que, “com todos os fatos esclarecidos”, a mulher do parlamentar “não prestará depoimento”. A defesa diz ainda que “Flávio Bolsonaro não praticou qualquer irregularidade e que confia na Justiça”.
Foi a primeira vez que Flávio Bolsonaro foi interrogado sobre o caso. Em março de 2019, o senador já havia prestado esclarecimentos por escrito, mas não entrou no mérito das suspeitas. Apenas reclamou juridicamente da investigação e negou ter recebido “recursos financeiros e qualquer título e de qualquer servidor de seu gabinete”.
Investigação
Flávio Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), é apontado como chefe de uma organização criminosa que atuou em seu gabinete, segundo o MP. Entre 2003 e 2018, ele cumpriu quatro mandatos parlamentares consecutivos.
A investigação começou em 2018, depois que um relatório do Coaf, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, apontou movimentação suspeita na conta de Fabrício Queiroz, ex- assessor de Flávio Bolsonaro.
A estimativa é que cerca de R$ 2,3 milhões tenham sido movimentados no esquema de “rachadinha”. O dinheiro, segundo a investigação, era lavado com aplicação em uma loja de chocolates no Rio da qual o senador é sócio e em imóveis.