A ex-juíza Selma Arruda (Camaquã, 1963) foi eleita senadora pelo Mato Grosso no ano passado na onda Bolsonaro. Era filiada ao PSL. Agora, depois de um “entrevero”, como ela mesma diz, com o primogênito do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), ingressou no Podemos.
O pano de fundo é a CPI da Lava Toga, que visa investigar os tribunais superiores como continuação do trabalho da Lava Jato. Selma tem dito que a CPI é o melhor caminho para combater a corrupção na cúpula do Judiciário e tentar o impeachment de algum magistrado.
Boa parte dos bolsonaristas, incluindo o Planalto, acreditam que a comissão pode trazer instabilidade ao Governo federal, no que provocou um racha também nos grupos de apoiadores nas redes sociais. Mesmo descontente com sua antiga sigla, Arruda evita criticar outras pessoas além de Flávio. “Não quero prejudicar ninguém.”
Conhecida em Cuiabá como o “Sergio Moro de saias”, por ter condenado figurões da política mato-grossense enquanto era juíza criminal, a senadora teve seu mandato cassado em abril condenada por uso de caixa dois e abuso de poder econômico. Ela afirma estar segura de sua inocência e aguarda o julgamento de um recurso apresentado no Tribunal Superior Eleitoral.