A Rússia condenou nesta sexta-feira (3) o assassinato do general Qasem Soleimani, comandante da Força Quds, unidade especial dos Guardiões da Revolução Islâmica (IRGC), pelos Estados Unidos e previu um aumento da tensão no Oriente Médio.
“O assassinato de Soleimani como resultado de um bombardeio em Bagdá, vemos um passo aventureiro que levará ao aumento da tensão em toda a região”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, em comunicado.
A nota oficial destaca que “Soleimani se dedicou a defender os interesses nacionais do Irã. Expressamos nossas sinceras condolências ao povo iraniano”, acrescenta.
Já o chefe do Comitê de Assuntos Internacionais do Senado russo, Konstantin Kosachev, disse que esse assassinato parece uma vingança pelo ataque à embaixada americana em Bagdá e previu novos confrontos entre os EUA e radicais xiitas.
“Eu gostaria de estar errado, já que as guerras são fáceis de começar, mas difíceis de terminar”, afirmou.
Além disso, ele considerou que o assassinato enterrou as últimas esperanças de salvar o acordo nuclear entre o Irã e as grandes potências, que Washington renunciou em 2018.
“O Irã pode acelerar o desenvolvimento de armas nucleares, mesmo que não tivesse intenção de fazê-lo”, escreveu ele no Facebook.
O Pentágono informou que o ataque, que também matou o vice-presidente da milícia iraquiana majoritariamente xiita, Forças de Mobilização Popular (PMF, na sigla em inglês), Abu Mahdi al-Muhandis, tinha como objetivo deter os planos futuros do Irã.
“O general Soleimani estava desenvolvendo ativamente planos para atacar diplomatas e militares americanos no Iraque e em toda a região”, afirmou o Pentágono em comunicado.