O Partido dos Trabalhadores (PT) adotou uma estratégia incisiva ao protocolar uma representação no Ministério Público Eleitoral (MPE) contra o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro para o dia 25. A investida visa classificar o evento como antidemocrático e apontar possíveis crimes cometidos pelos participantes.
Na representação, o PT solicitou ao MPE medidas para prevenir e investigar potenciais violações ao Estado Democrático de Direito, financiamento irregular e propaganda eleitoral antecipada. O partido expressou temores de que a manifestação possa resultar em eventos semelhantes à invasão dos Três Poderes em Brasília, ocorrida em 8 de Janeiro.
Por outro lado, a defesa de Bolsonaro já havia acionado o Supremo Tribunal Federal (STF) para garantir sua participação e discurso durante o evento. O advogado do ex-presidente, Jeffrey Chiquini, argumentou que a presença e o discurso de Bolsonaro são exercícios legítimos da liberdade de manifestação e expressão, sujeitos à proteção constitucional.
A tentativa do PT de desqualificar a manifestação como golpista também se reflete em publicações nas redes sociais de importantes figuras do partido. O deputado Odair Cunha (MG) acusou Bolsonaro de buscar “comparsas” para um ato golpista, enquanto o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) caracterizou a manifestação como uma tentativa de “pressionar as autoridades judiciais e a polícia” para manter sua liberdade.
A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, não poupou críticas a Bolsonaro, alegando que a manifestação não visa à sua defesa, mas sim à “contraposição ao devido processo legal”. Especialistas políticos interpretam essas ações como uma estratégia para fragilizar Bolsonaro em um momento de relativa força política, visando minar sua capacidade como cabo eleitoral e deixá-lo em uma situação de vulnerabilidade.