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Não acho que há tempo de debater impeachment de Bolsonaro, diz Lula

Ex-presidente disse que a discussão, se iniciada agora, poderia entrar em 2022 e ser contaminada por um ano eleitoral.

BRASIL – O ex-presidente da República Luiz Inácio Lula da Silva (PT), afirmou acreditar que não há tempo suficiente para o Congresso discutir um eventual processo de impeachment contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

Em participação no UOL Entrevista na manhã de hoje (19), Lula disse que a discussão, se iniciada agora, poderia entrar em 2022 e ser contaminada por um ano eleitoral.

Além disso, o atual presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), não deverá aprovar a abertura de um processo contra Bolsonaro. Lira foi apoiado por Bolsonaro na sua eleição, em fevereiro.

Eu não acredito que haja tempo agora para fazer um debate sobre impeachment e nem o Lira vai colocar em votação. Se a gente não conseguiu colocar impeachment em votação com Rodrigo Maia, certamente não vai conseguir colocar com o Lira.

O petista criticou o ex-presidente da Câmara Rodrigo Maia (DEM-RJ) por não ter determinado a abertura de nenhum dos processos de impeachment contra Bolsonaro. Ao deixar o cargo, Maia disse que não levou à votação porque não havia clima político para a aprovação do processo, o que fortaleceria Bolsonaro.

Você não consegue saber o resultado de um processo de impeachment quando ele começa. É como jogar uma pedra, você mira uma coisa e, às vezes, vai bem longe de onde você mirou”, declarou Lula.

De acordo com o petista, após a abertura do processo de impeachment, novos fatos e acusações podem surgir e dar um rumo diferente às discussões.

Para o ex-presidente, Bolsonaro deveria ser retirado da Presidência devido às atitudes tomadas durante o enfrentamento à pandemia do novo coronavírus e, sobretudo, por ter sido no início contra a vacinação da população.

Não quero impeachment de Bolsonaro porque não gosto dele, [ou] porque sou adversário de Bolsonaro. É porque Bolsonaro já tomou várias medidas que mereciam impeachment e, sobretudo, essa medida genocida da vacina [contra o coronavírus]”, afirmou.

Essa brincadeira que ele está fazendo com o coronavírus é uma estupidez, um gesto de um homem insano, que não tem sentimento, não tem respeito pela ciência, pela medicina e pelas 250 mil pessoas que morreram e sabe Deus quantas vão morrer porque está ficando cada vez pior”, finalizou.

Fonte: UOL

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