O Banco Mundial emitiu um alerta de preocupação, indicando que os confrontos em Israel e na Faixa de Gaza, juntamente com os eventos na Ucrânia, poderiam levar o mundo a uma situação não experimentada em décadas: um duplo golpe na oferta de commodities.

O relatório “Commodity Market Outlook” elaborado por economistas da instituição destaca o risco de o barril de petróleo atingir a marca alarmante de US$ 150. Até o momento, o impacto na oferta de matérias-primas tem sido relativamente limitado, mas um possível agravamento dos conflitos mudaria completamente o cenário.

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A instituição delineou três cenários, sendo o mais grave uma “grande perturbação”. Nesse caso, a oferta global de petróleo poderia diminuir entre 6 milhões e 8 milhões de barris por dia, levando os preços a subirem inicialmente entre 56% e 75% – atingindo um intervalo de US$ 140 a US$ 157 por barril, conforme destacado no documento.

Indermit Gill, economista-chefe do Banco Mundial, ressaltou que o atual conflito no Oriente Médio ocorre na sequência do maior impacto nos mercados de commodities desde a década de 1970, desencadeado pela guerra entre Rússia e Ucrânia. Gill afirmou: “Se o conflito se intensificar, a economia global enfrentará um duplo choque energético pela primeira vez em décadas. Não apenas devido à guerra na Ucrânia, mas também no Médio Oriente.”

O relatório também alerta para o impacto nos preços dos alimentos, que também seriam afetados pela alta nos preços dos combustíveis. Ayhan Kose, economista-chefe adjunto do Banco Mundial, aponta que “se um grave choque nos preços do petróleo se materializar, aumentaria a inflação dos preços dos alimentos, que já foi elevada em muitos países em desenvolvimento. No fim de 2022, mais de 700 milhões de pessoas – quase um décimo da população mundial – estavam subnutridas. Uma escalada do último conflito intensificaria a insegurança alimentar, não só na região, mas também em todo o mundo.”

Os outros cenários de ampliação do conflito trariam aumentos nos preços do petróleo, porém em menor intensidade. Em um cenário de “perturbação média”, comparável à guerra no Iraque em 2023, a queda na oferta seria de 3 milhões a 5 milhões de barris por dia, elevando o barril para um intervalo entre US$ 109 e US$ 121. Por sua vez, em um cenário de “pequena perturbação”, a oferta poderia ser reduzida em até 2 milhões de barris diários, elevando o preço do petróleo entre 3% e 13%, para uma faixa entre US$ 93 e US$ 102 por barril.

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