O presidente argentino, Javier Milei, emitiu um decreto reduzindo os recursos destinados às províncias argentinas, como o Fundo de Fortalecimento Fiscal da província de Buenos Aires. Isso gerou indignação no governador Axel Kicillof, que planeja contestar essa decisão.
Durante uma entrevista coletiva, Kicillof acusou o presidente de estar extorquindo e ameaçando as províncias argentinas, afirmando que o corte afetará negativamente o pagamento de salários de professores e o financiamento da alimentação dos alunos.
Anteriormente, Milei também suspendeu recursos da província de Chubut, gerando uma reação do governador Ignacio Torres, que ameaçou interromper o fornecimento de petróleo e gás para o país. Outros governadores da região Patagônia se solidarizaram com Chubut.
Apesar de uma decisão judicial ordenando o restabelecimento do acesso aos recursos de Chubut, o governo de Milei pretende recorrer. Em declarações ao jornal La Nación, Torres criticou a postura do governo nacional e afirmou que Milei tem evitado o diálogo com os governadores.
Milei justificou as medidas como parte do ajuste fiscal necessário para equilibrar as contas do Estado. A crise política em curso reflete uma abordagem confrontacional adotada pelo presidente argentino após a derrota de sua proposta de lei no Congresso Nacional.
Segundo o cientista político Leandro Gabiati, essas ações podem resultar em impasses e crises políticas ou sociais se não forem resolvidas adequadamente. Ele destacou a maior dependência financeira das províncias argentinas em relação ao governo central, em comparação com o Brasil.
Essa disputa por recursos financeiros é um ponto central de tensão histórica na Argentina, com Milei adotando uma postura mais dura em suas decisões, o que pode gerar repercussões significativas no cenário político do país.
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