Em março de 1961, o Dr. Anthony Epstein, um patologista no Hospital Middlesex em Londres, quase ignorou uma palestra de um médico visitante à tarde sobre crianças com tumores faciais excepcionalmente grandes em Uganda. O médico, Dr. Denis Burkitt, nativo da Irlanda que se autodenominava um cirurgião do mato, mostrou slides de tumores bulbosos que surgiam ao longo da linha da mandíbula e ocorriam em regiões tropicais da África onde as chuvas eram abundantes. Durante sua palestra, Dr. Burkitt mapeou uma verdadeira faixa de câncer pediátrica que se estendia por toda a África equatorial.

Apesar da relutância inicial do Dr. Epstein em participar da palestra – ele sentou-se ao fundo para sair rapidamente – sua empolgação cresceu à medida que Dr. Burkitt falava. No final da palestra, ele sabia que abandonaria todos os seus projetos em andamento para encontrar a causa dessa malignidade incomum. Sua aluna de doutorado, Yvonne Barr, logo se juntou a ele e, até 1964, sua pesquisa inovadora descobriu o primeiro vírus capaz de causar câncer em humanos.

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Ele abalou o mundo científico com o anúncio. Alguns médicos e cientistas aplaudiram a descoberta; outros se recusaram a aceitá-la.

E.B.V. é a causa da mononucleose, a chamada doença do beijo, que afeta principalmente adolescentes e adultos jovens com febre e gânglios linfáticos inchados. E.B.V. também está associado ao linfoma de Hodgkin e a um câncer naso-e-garganta comum na China.

O tumor que afeta crianças na África, conhecido como linfoma de Burkitt, foi diagnosticado em outras regiões tropicais também, como Brasil e Nova Guiné. Os cientistas médicos teorizam que E.B.V. causa linfomas pediátricos em zonas tropicais porque as crianças nesses locais frequentemente têm imunidade enfraquecida devido à exposição a parasitas da malária. A Organização Mundial da Saúde estima que existam de três a seis casos de linfoma de Burkitt por 100.000 crianças anualmente em regiões endêmicas.

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