O prefeito de uma vila na Hungria Oriental, ansioso por obter uma pequena parcela dos bilhões de euros fornecidos ao seu país pela União Europeia, solicitou fundos para construir uma “passarela no topo das árvores” que ofereceria vistas panorâmicas da floresta fora de sua vila. Autoridades húngaras responsáveis pela distribuição do dinheiro europeu aprovaram a concessão em 2021, no valor de cerca de $175,000. No entanto, o prefeito, um apoiante do partido governante Fidesz da Hungria, cortou todas as árvores e vendeu a madeira antes de iniciar a construção. Assim, a passarela no topo das árvores se depara com um terreno plano e estéril. Este projeto é apenas um exemplo entre dezenas de milhares realizados na Hungria com fundos da União Europeia.
Embora o primeiro-ministro Viktor Orban tenha criticado Bruxelas por interferir nos assuntos internos da Hungria, ele utilizou generosamente os fundos da UE para beneficiar seus aliados políticos. Iniciativas como a passarela no topo das árvores em Nyirmartonfalva se tornaram motivo de debate e crítica por parte da oposição e da mídia independente. A Executiva da União Europeia solicitou uma explicação ao governo húngaro sobre o caso e cancelou o financiamento devido às violações do projeto.
Rumores de corrupção e nepotismo envolvendo membros do Fidesz, incluindo o genro do primeiro-ministro, têm despertado o interesse da mídia e da população húngara. O crescente descontentamento com a distribuição de fundos europeus e a concentração de riqueza em um pequeno grupo ligado ao partido no poder têm dado origem a movimentos de resistência e denúncias de favoritismo.
A vila de Nyirmartonfalva, apesar dos investimentos com fundos da UE, agora é famosa não pelos benefícios trazidos pelo projeto da passarela no topo das árvores, mas sim pela controvérsia e descontentamento que o rodeiam. O prefeito, alvo de críticas e polêmicas, viu seu projeto se transformar em um símbolo dos problemas de corrupção e má gestão de recursos na governança local.
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