Forças israelenses e combatentes do Hamas travaram batalhas mortais nos arredores de dois dos principais hospitais da Faixa de Gaza na quinta-feira, enquanto o governo israelense enfrentava crescentes pressões em casa e no exterior para moderar sua abordagem a uma guerra que devastou o enclave.

As lutas continuaram pelo 11º dia no Hospital Al-Shifa na Cidade de Gaza, em uma área inicialmente tomada pelas forças israelenses em novembro. Os confrontos ilustraram a dificuldade que os israelenses estão enfrentando para manter o controle dos locais que já haviam capturado, à medida que os militantes palestinos desaparecem e depois retornam.

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As críticas ao primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, cada vez mais impopular e enfrentando críticas em várias frentes, intensificaram-se em Israel. Netanyahu se encontrou pela primeira vez com as famílias de soldados sequestrados mantidos em Gaza, que o acusaram de ignorar a situação deles por quase seis meses. As famílias dos soldados haviam permanecido em silêncio em público enquanto outras famílias de reféns se manifestavam, muitas delas pedindo que o primeiro-ministro concordasse com uma trégua com o Hamas se fosse necessário para libertar seus parentes.

No entanto, não houve mudança aparente na determinação de Israel de prosseguir com sua ofensiva em Gaza, apesar das pressões de diferentes fontes, incluindo as famílias dos reféns, a administração Biden e as Nações Unidas, que aprovaram uma resolução na segunda-feira exigindo um cessar-fogo. Os Estados Unidos se abstiveram na votação, demonstrando descontentamento com a conduta de Israel.

O Tribunal Internacional de Justiça em Haia ordenou a Israel tomar medidas concretas para impedir a obstrução da ajuda humanitária à Gaza, enquanto a fome se alastra na região. A corte exigiu que Israel aumentasse o número de passagens terrestres para suprimentos e cooperasse plenamente com as Nações Unidas. Netanyahu e os membros de extrema direita de sua coalizão insistem que Israel deve continuar com os bombardeios brutais e ofensiva terrestre em Gaza para destruir o Hamas e garantir a liberdade dos reféns.

Estrategistas militares e autoridades ocidentais têm questionado a eficácia da conduta israelense na guerra, considerando-a desnecessariamente destrutiva e mortal. Grupos armados palestinos conduziram mais de 70 ataques contra as forças israelenses em torno do Hospital Al-Shifa desde o início da última incursão israelense em 18 de março.

A ofensiva israelense em Gaza tem enfrentado crescente condenação ao redor do mundo, com a opinião pública nos EUA se voltando contra Israel após o ataque de 7 de outubro. A guerra já deixou mais de 32.000 mortos, deslocou a maioria dos 2,2 milhões de habitantes da região e destruiu grande parte da infraestrutura local.

Os hospitais em Gaza estão em situação crítica, com suprimentos e pessoal escassos. A destruição e o impacto da guerra são descritos como indescritíveis por testemunhas, que relatam dias e noites de terror. Em Khan Younis, os combates foram intensos em torno do Hospital Al-Amal, que foi fechado após ser sitiado pelas forças israelenses.

O cenário é caótico e a população civil sofre as consequências da violência e da destruição. A situação humanitária e de saúde em Gaza é alarmante, com a ajuda internacional sendo bloqueada e a infraestrutura colapsando. A pressão internacional sobre Israel só aumenta, enquanto as operações militares continuam na região.

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