O presidente da Associação Nacional de Veículos Automotores, Mário de Lima Leite, declarou nesta sexta-feira (12) que o Salão do Automóvel voltará a ser realizado. No entanto, o evento, que ocorreu pela última vez em 2018, em São Paulo, ainda não tem data e nem local confirmados.
A retomada do salão foi um pedido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ao discursar na inauguração da nova sede da Anfavea, na noite de hoje, na zona sul da capital paulista.
“Estamos avaliando questões de espaço e logística, mas o salão do automóvel acontecerá. Ainda não temos uma data definida, mas, com certeza, é uma demanda legítima do presidente [Lula], precisamos ser ousados ao expor nossas tecnologias para os consumidores e para o mundo de um modo geral”, afirmou Lima.
O presidente da Anfavea também justificou os altos preços dos carros nacionais e mencionou que a indústria voltará a produzir três milhões de veículos por ano. Em 2023, foram vendidos 2,3 milhões.
“O que ocorreu foi principalmente o aumento das taxas de juros nos últimos anos, por questões globais. O crédito ficou muito caro para o consumidor. Em média, 70% das nossas vendas eram financiadas. No último ano, apenas 30% das vendas foram a crédito”, explicou.
Preços
Lima também afirmou que a indústria automobilística aumentará a produção para ajudar a reduzir o preço dos carros nacionais.
“Se pegarmos o carro de entrada, o popular da época do presidente Itamar Franco, e aplicarmos a inflação, ele valeria hoje mais de R$ 80 mil, sem as tecnologias atuais”, ressaltou.
“O desafio da indústria é levar essa mobilidade para o consumidor. A indústria está atenta a isso, e o mercado interno crescerá. Nossa expectativa é atingir três milhões de unidades nos próximos dois anos”, acrescentou.
Com novos investimentos anunciados pelos fabricantes no último mês, a Anfavea informou hoje que o ciclo atual de investimentos – iniciado em 2021 – já ultrapassa R$ 123 bilhões, sem contar os investimentos do restante da cadeia automotiva. Na cadeia de autopeças, são previstos investimentos de R$ 6 bilhões no mesmo período.
Comentários