O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que os incentivos promovidos pelo governo federal para impulsionar a produção e exportação do país resultarão em uma sociedade mais igualitária, composta principalmente por pessoas de classe média, em vez de estar dividida entre ricos e pobres.

A declaração foi feita nesta sexta-feira (12) em Campo Grande (MS), onde o presidente participou de um evento para celebrar o embarque do primeiro lote de proteína animal exportada para a China, proveniente da fábrica JBS. Em março, a China habilitou 38 novas plantas para receber carne importada do Brasil.

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Com isso, o total de plantas autorizadas a operar na China aumentou de 107 para 145. Dessas, 24 são destinadas ao processamento de carne bovina; oito de frango; um de processamento de carne bovina e cinco entrepostos.

De acordo com o Palácio do Planalto, essas unidades juntas irão gerar um acréscimo de R$ 10 bilhões na balança comercial brasileira nos próximos 12 meses. O Mato Grosso do Sul tinha apenas três frigoríficos habilitados para exportar para a China, agora são sete.

Círculo virtuoso

“Vocês estão percebendo que a economia brasileira voltou a crescer. Estão percebendo que a inflação voltou a diminuir e que a massa salarial está crescendo novamente. Antes, 80% dos acordos salariais neste país eram abaixo da inflação. Hoje, 87% estão acima da inflação. E estão percebendo que o salário mínimo voltou a aumentar”, disse o presidente ao destacar que o crescimento de 11,7% na renda familiar é o maior em 28 anos.

Lula acrescentou que, quando o trabalhador ganha mais, se torna consumidor. “E quando se torna consumidor, vai mais às lojas e supermercados para comprar. Então, a loja faz mais encomendas da fábrica e esta produz mais. É um ciclo virtuoso de geração de oportunidades para todos”.

“Mas para isso, precisamos de empresários que façam investimentos; precisamos de países parceiros que comprem nossos produtos. É assim que o Brasil se transformará, um dia, em uma economia verdadeiramente rica e não dividida entre pobres e ricos. Queremos uma sociedade de classe média”, completou ao enfatizar que cabe ao Estado fornecer as condições adequadas para esse cenário.

Infraestrutura

Segundo a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, os investimentos feitos na infraestrutura do país fazem parte dessa estratégia de desenvolvimento associado à justiça social, defendida pelo governo.

“Esta planta [frigorífico onde ela e Lula estavam, de onde foi enviado o primeiro lote de carne para a China] representa mais exportação, e esse evento representa a abertura do mercado brasileiro para o mundo. Exportar significa mais empregos gerados, mais renda no comércio e, consequentemente, mais empregos sendo criados, em uma economia circular”, disse a ministra ao mencionar que cerca de R$ 70 bilhões do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) são investidos em infraestrutura.

Ao apontar para um mapa com rotas de escoamento da produção brasileira, Simone Tebet afirmou que, recentemente, grande parte do PIB brasileiro se concentrou no Centro-Oeste do país e em partes do Norte e do Sul.

Atalho para a China

“Quando olhamos o mapa, vemos que é muito mais rápido e lucrativo exportar pelo Oceano Pacífico. Há uma rota de integração que permitirá à JBS e aos produtos que plantamos; à agricultura familiar; à pecuária do agronegócio chegarem mais rapidamente e mais barato à China”, disse.

“Esta rota já está [praticamente] pronta. Do lado do Brasil, falta apenas a ponte em Porto Murtinho, que o presidente Lula inaugurará no segundo semestre do próximo ano. Em 2025, também começará a construção, pelo PAC, de mais de R$ 400 milhões para interligar o asfalto da [BR] 419”, acrescentou.

Segundo a ministra, com a conclusão dessas obras, esses produtos não precisarão mais passar pelos portos do Atlântico. “Eles poderão chegar a uma distância inferior a 10 mil quilômetros da China. Estamos falando em reduzir a rota em até 21 dias, o que significa que os produtos poderão ser entregues de forma mais econômica”, completou.

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