O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou nesta segunda-feira (22) que a dívida soberana será o foco internacional em breve. “Em algum momento, isso se tornará um tema de sustentabilidade da dívida e a questão fiscal ficará mais em destaque”, disse durante o evento organizado pela Legend Investimentos.

“A situação requer reflexão. Se somarmos Japão, Estados Unidos e Europa, cerca de dois terços da dívida soberana mundial estão nessas regiões. Se anteriormente dois terços dessa dívida custavam 1% para ser refinanciada, agora custa 3,2%, triplicando o valor. Além disso, a dívida aumentou 25% durante a pandemia”, destacou.

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“Fizemos um grande programa global e local de combate à pandemia, o que foi muito positivo, mas o custo disso foi uma dívida elevada que precisamos pagar. Portanto, é necessário discutir como efetivamente iremos saldar essa dívida”, avaliou.

Campos Neto enfatizou a importância de encontrar soluções privadas para superar essa crise fiscal, tanto no âmbito global quanto no Brasil. “O mercado atualmente tem a percepção de que os governos irão resolver qualquer problema financeiro, resgatando os mercados. O dilema é que esses resgates são feitos através de endividamento. E globalmente falando, estamos com menos margem para isso. Portanto, acredito que precisamos buscar soluções privadas para enfrentar essa crise”, defendeu.

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