O governo de Israel não conseguiu comprovar que funcionários da Agência das Nações Unidas para Refugiados Palestinos (UNRWA) possuem vínculos com organizações terroristas, conforme revelado por um relatório independente de 54 páginas elaborado a pedido do secretário-geral da ONU, António Guterres.

Segundo o relatório, Israel fez alegações públicas sobre a ligação de funcionários da UNRWA com organizações terroristas, mas até o momento não apresentou evidências concretas. A investigação, liderada por Catherine Colonna, ex-ministra dos Negócios Estrangeiros da Europa, em conjunto com institutos de direitos humanos da Suécia, Noruega e Dinamarca, destacou que a UNRWA possui mecanismos mais eficazes do que outras agências da ONU para garantir sua neutralidade política.

Patrocinado

O relatório apresenta 50 recomendações para aprimorar os mecanismos de neutralidade da UNRWA, as quais foram aceitas pelo chefe da agência, Philippe Lazzarini, e por António Guterres.

A investigação teve início em fevereiro e visitou instalações da UNRWA em diferentes regiões, entrevistando mais de 200 pessoas. O relatório também abordou as acusações feitas por Israel em relação a funcionários da agência e destacou a importância contínua da UNRWA na prestação de ajuda humanitária aos refugiados palestinos.

Para garantir a neutralidade da UNRWA, o relatório recomenda a criação de uma unidade de investigação interna, a capacitação do pessoal, novas diretrizes para a seleção de funcionários e maior transparência na comunicação com os doadores. Além disso, são sugeridas revisões nos materiais educativos utilizados pela agência, com foco na minimização de conteúdos controversos.

Philippe Lazzarini manifestou comprometimento em implementar as recomendações do relatório independente, garantindo que a UNRWA mantenha seu compromisso com os princípios humanitários da ONU e fortaleça seus esforços no apoio aos palestinos em momentos desafiadores.

Comentários

Patrocinado