Em março, as vendas de títulos públicos para pessoas físicas pela internet totalizaram R$ 3,53 bilhões, conforme divulgado pelo Tesouro Nacional nesta terça-feira (30). O valor teve um aumento de 16,1% em relação a janeiro, porém uma queda de 48,4% em comparação a março do ano anterior, quando as vendas alcançaram recorde. 
O recorde mensal do Tesouro Direto foi em março do ano anterior, com vendas de R$ 6,842 bilhões. Naquele momento, o volume mensal mais alto foi devido ao vencimento de títulos corrigidos pela Taxa Selic, que foram trocados por novos papéis.
Os títulos mais procurados pelos investidores em março foram os corrigidos pela Selic, com participação de 61,5% nas vendas. Os títulos vinculados à inflação representaram 25,4% do total, enquanto os prefixados foram 8,6%.
O Tesouro Renda+, destinado ao financiamento de aposentadorias, respondeu por 3,4% das vendas. Já o Tesouro Educa+, criado para financiar uma poupança para o ensino superior, teve apenas 1,1% das vendas.
O interesse por papéis vinculados à Selic se deve ao alto nível da taxa básica de juros. Mesmo com as recentes quedas nos juros, atualmente em 10,75% ao ano, as taxas continuam atrativas para os investidores.
O estoque total do Tesouro Direto atingiu R$ 133,27 bilhões no final de março, com um aumento de 1,39% em relação ao mês anterior e de 14,76% em comparação a março do ano anterior. Esse crescimento aconteceu devido às vendas superiores aos resgates em R$ 657,6 milhões no último mês.
Investidores
No mês passado, 292,4 mil participantes se cadastraram no programa. O número total de investidores chegou a 28.003.946, com alta de 15,1% nos últimos 12 meses. O total de investidores ativos alcançou 2.553.939, com aumento de 15,5% em 12 meses.
O Tesouro Direto é bastante utilizado por pequenos investidores, que representaram 82,4% das 550.172 operações de vendas em março. As aplicações de até R$ 1 mil corresponderam a 58,8% do total. O valor médio por operação foi de R$ 6.417,17.
Os investidores têm preferido papéis de curto prazo, sendo que as vendas de títulos de até cinco anos representam 64,9% do total. Títulos com prazo entre cinco e dez anos correspondem a 14,7%, enquanto os de prazo superior a dez anos representam 20,4% das vendas.
O balanço completo do Tesouro Direto pode ser acessado na página do Tesouro Transparente.
Captação de recursos
O Tesouro Direto foi criado em janeiro de 2002 com o objetivo de popularizar esse tipo de aplicação e permitir que pessoas físicas pudessem adquirir títulos públicos diretamente do Tesouro Nacional, via internet, sem a necessidade de intermediários. O aplicador só precisa pagar uma taxa semestral para a B3, que custodia os títulos. Mais informações podem ser encontradas no site do Tesouro Direto.
A venda de títulos é uma das maneiras que o governo utiliza para captar recursos e pagar dívidas. Em troca, o Tesouro Nacional se compromete a devolver o valor com um adicional que pode variar de acordo com a taxa Selic, índice de inflação, câmbio ou uma taxa definida antecipadamente nos papéis pré-fixados.
Comentários