O mundo está acompanhando com choque, orgulho, prazer e alarme o que está acontecendo nos campi americanos. Cenas dos protestos – e das prisões dos manifestantes – têm sido destaque nas notícias em todo o mundo, de Bogotá a Berlim, de Teerã a Paris.
Em alguns países, incluindo a França, os estudantes organizaram protestos próprios, embora não com a mesma escala e intensidade dos Estados Unidos.
Alguns aplaudem os protestos. Outros, especialmente em países governados por regimes autoritários, veem as repressões como prova da hipocrisia da América em relação aos direitos humanos e à liberdade de expressão. Ainda outros os veem como o mais recente capítulo sórdido das guerras culturais em curso na América.
De certa forma, os protestos e as respostas a eles são um teste de Rorschach para o mundo – a análise muitas vezes oferecendo mais insights sobre a política local do que sobre a América.
Aqui está uma seleção de opiniões de todo o mundo.
## França: Aviso de ‘Wokismo’
Muitos na França, incluindo o Primeiro Ministro Gabriel Attal, veem os protestos pró-Palestina como mais um exemplo dos perigos da cultura ‘wok’ – “le wokisme” – que eles temem estar sendo importada dos Estados Unidos e ameaçando valores republicanos fundamentais franceses.
## Egito: ‘A Verdadeira Casa Branca’
Um programa de entrevistas de direita transmitido pelo Egito recentemente deu uma quantidade inesperada de tempo ao arresto de um professor de economia na Universidade Emory. O apresentador do programa pareceu particularmente impressionado com a imagem de sua cabeça sendo golpeada contra o concreto por um policial durante a dispersão de um protesto no campus, mantendo a imagem por dois minutos.
## Alemanha: ‘Ódio Contra os Judeus’
Os veículos de notícias da Alemanha cobriram os protestos nos Estados Unidos muito mais extensivamente do que aqueles que ocorreram em seus próprios campi nos últimos meses. Em particular, eles se concentraram em episódios de antissemitismo.
## China: Silêncio Cauteloso
Um local onde os protestos nos campi americanos quase não receberam cobertura é a China, onde a mídia controlada pelo Estado mal mencionou os protestos na última semana.
## Colômbia: Um Lembrete
Os dois maiores jornais do país, El Tiempo e El Espectador, publicaram editoriais apoiando os protestos estudantis nesta semana.
## Irã: Hipocrisia Americana
A mídia estatal do Irã tem acompanhado de perto os protestos nos campi universitários americanos, considerando-os uma prova das duplas medidas da América em relação à liberdade de expressão.
Esta cobertura oferece uma vindicação às decisões alemãs de proibir muitos protestos anti-guerra e desencorajar críticas públicas a Israel em nome do combate ao antissemitismo. Essa abordagem tem sido alvo de censura internacional, especialmente por seu efeito dissuasor no mundo das artes.
Muitos iranianos comuns também recorreram às redes sociais para expressar consternação com os campus universitários nos EUA, que eles percebem como bastiões de liberdade de expressão e debate, terem chamado a polícia.
A reportagem contou com contribuições de Erika Solomon em Berlim; Jorge Valencia em Bogotá, Colômbia; Farnaz Fassihi em Nova York; Keith Bradsher em Pequim; e Joy Dong em Hong Kong; Emad Mekay no Cairo; e Ségolène Le Stradic em Paris.
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