Cinco trabalhadores morreram na tarde de segunda-feira enquanto trabalhavam em um esgoto conectado a uma estação de tratamento de água na cidade de Casteldaccia, perto de Palermo, Sicília, de acordo com os bombeiros que recuperaram os corpos. Um sexto trabalhador ficou gravemente ferido e em cuidados intensivos, disseram autoridades locais.

Girolamo Bentivoglio, chefe dos bombeiros de Palermo, disse que os trabalhadores inalaram sulfeto de hidrogênio, um gás frequentemente presente em plantas de tratamento de resíduos que é tóxico em altas concentrações. Os níveis estavam tão altos no local onde os trabalhadores foram mortos, “que a fatalidade é imediata”, afirmou Bentivoglio em uma entrevista na RaiNews24, o canal de notícias do radiodifusor nacional.

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O acidente provocou mais uma onda de indignação sobre a incidência de mortes no local de trabalho na Itália. Em abril, sete trabalhadores morreram em uma explosão em uma usina hidrelétrica perto de Bolonha, enquanto cinco morreram em Florença durante a construção de um supermercado em fevereiro.

De acordo com a agência de estatísticas europeia Eurostat, a Itália ocupa o oitavo lugar entre os países europeus em acidentes fatais no trabalho, com uma incidência de 2,66 por 100.000 empregados, o que é maior do que a média da União Europeia de 1,76, mas menor do que os 3,32 da França.

“Se tivessem adotado todas as precauções, todas as medidas de segurança, incluindo equipamentos de proteção individual, não estaríamos diante desse cenário”, disse Bentivoglio.

Segundo o Instituto Nacional de Seguros Contra Acidentes de Trabalho, Inail, houve 191 mortes relacionadas ao trabalho nos primeiros três meses de 2024.

“As causas do acidente teriam que ser verificadas, bem como as responsabilidades das empresas envolvidas e a questão de se as regulamentações de segurança foram cumpridas”, disseram os sindicatos.

Enquanto as mortes no local de trabalho continuavam a ocorrer, os escritórios que monitoravam a segurança no local de trabalho permaneciam subdimensionados, acrescentaram.

“Sicília mais uma vez lamenta seus mortos no local de trabalho”, escreveram.

Em um post na rede social X, a primeira-ministra Giorgia Meloni da Itália pediu que “toda a luz seja lançada sobre essa tragédia”.

O presidente italiano, Sergio Mattarella, disse que “esse último massacre inaceitável no local de trabalho” deve servir para reiterar a necessidade de um compromisso comum envolvendo sindicatos, empresários e instituições.

Os cinco trabalhadores que morreram na segunda-feira estavam realizando trabalhos para a Amap, que gerencia o serviço integrado de água – incluindo purificação e distribuição de água para uso residencial e tratamento de águas residuais – para a cidade de Palermo e os municípios menores que gravitam em torno da capital siciliana. Apenas um dos cinco trabalhadores era funcionário da Amap; os outros trabalhavam para uma empresa que havia subcontratado o trabalho, relataram os meios de comunicação italianos.

Giovanni Di Giacinto, prefeito de Casteldaccia, disse em entrevista por telefone que as investigações sobre o acidente estavam em andamento. “É uma tragédia imensa”, disse ele.

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