Protestos em larga escala irromperam na região de Caxemira controlada pelo Paquistão, impulsionados pela revolta diante do aumento das contas de eletricidade e dos preços da farinha em uma região que há muito tempo sofre economicamente por ser uma zona de conflito. O Primeiro Ministro Shehbaz Sharif convocou uma reunião de emergência em Islamabad para tentar acalmar a crescente agitação, que resultou em uma greve generalizada, um policial morto e 90 feridos. Os manifestantes planejam marchar para Muzaffarabad, a capital regional, e as autoridades suspenderam o serviço de internet em diversas áreas e fecharam escolas na cidade. Residentes locais expressaram surpresa com a magnitude dos protestos, que reúnem pessoas de todos os segmentos em busca de necessidades básicas.
A região pitoresca, mas altamente militarizada, de Caxemira, reivindicada tanto pelo Paquistão quanto pela Índia desde sua independência da Grã-Bretanha em 1947, já foi palco de três guerras entre os vizinhos. O atual cenário de agitação representa um desafio para o exército paquistanês, que mantém presença pesada na região, e para a liderança civil em Islamabad. Embora o governo paquistanês considere Caxemira como território disputado cujo status deve ser resolvido por meio de um referendo da ONU, críticas surgiram pela supressão dos movimentos locais em busca de independência total. Apesar de não haver pedidos de independência na onda atual de agitação, os protestos refletem um sentimento geral de insatisfação entre os moradores locais.
As autoridades locais apelaram para que os manifestantes evitem a violência, e é esperado que as negociações continuem. A região depende fortemente de empregos governamentais e recebe pouco investimento privado devido ao seu status. Enquanto os protestos entram no terceiro dia, os moradores de Muzaffarabad enfrentam interrupções diárias em suas rotinas e suprimentos escassos. Manifestantes sugeriram a abertura de lojas essenciais por três horas à noite para aliviar o sofrimento da população. Moradores expressaram preocupação com a falta de serviços básicos, como eletricidade acessível e farinha de trigo.
Contribuição de reportagem por Jalaluddin Mughal.
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