Zhang Zhan foi a primeira pessoa na China a ser presa por documentar os primeiros dias da pandemia de coronavírus no país e deveria ser libertada na segunda-feira, depois de cumprir uma sentença de quatro anos. No entanto, a liberação de Zhang Zhan permanece incerta, demonstrando o desejo do governo chinês de suprimir a discussão pública sobre o surto.

Reporters Without Borders, grupo internacional de monitoramento da mídia, expressou preocupação com a possibilidade de o regime chinês não devolver completamente a liberdade a Zhang Zhan. A jornalista foi premiada por promover a liberdade de imprensa em 2021 e seu caso se tornou um símbolo da desconfiança dos chineses em relação à narrativa oficial do governo no início da pandemia.

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Zhang Zhan, uma ex-advogada de Xangai, viajou para Wuhan em 2020 como autoproclamada jornalista cidadã, filmando vídeos que contestavam a narrativa do governo sobre a resposta à crise. Apesar dos riscos, ela continuou a postar vídeos, mas acabou sendo presa em maio de 2020.

Mesmo detida, Zhang Zhan permaneceu desafiadora, realizando greves de fome prolongadas e sendo forçada a se alimentar por um tubo de alimentação. Ela foi condenada a quatro anos de prisão por “provocar problemas e disputas”, uma acusação comum usada pelo governo chinês para silenciar críticos.

O caso de Zhang Zhan provocou indignação entre ativistas de direitos humanos e governos estrangeiros, com apelos por sua libertação imediata. No entanto, os defensores de Zhang Zhan na China parecem ter se tornado alvos eles mesmos. A situação de Zhang Zhan levou a um debate sobre a supressão da liberdade de expressão na China, com críticas vindas de dentro do país e do exterior.

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