Na sexta-feira, caminhões de ajuda humanitária começaram a desembarcar em Gaza através de um cais temporário construído pelo exército dos EUA, sendo os primeiros suprimentos de ajuda a serem enviados para a enclave pelo mar em dois meses. Contudo, as novas remessas de alimentos e outros suprimentos estão aquém do necessário para atender aos níveis alarmantes de fome e privação em Gaza, de acordo com grupos humanitários.

No dia anterior, o exército dos EUA afirmou ter ancorado o cais flutuante e a passarela na praia em Gaza, um passo importante na conclusão de um corredor marítimo anunciado pelo Pentágono em março. Oficiais dos EUA e grupos de ajuda internacionais afirmaram que os envios marítimos podem apenas complementar as entregas através das passagens terrestres, não substituí-las.

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Não houve entrada de tropas dos EUA em Gaza na sexta-feira, destacou o exército dos EUA, enfatizando que está fornecendo apenas apoio logístico para a entrega dos suprimentos, doados por diversos países e organizações.

O território devastado de 2,2 milhões de civis em Gaza está mais dependente do que nunca da ajuda humanitária. Com a devastação após sete meses de bombardeios israelenses, inspeções rigorosas e restrições nos pontos de cruzamento, a entrada de suprimentos já era severamente limitada. E, ao longo da última semana e meia, desde que Israel iniciou um ataque militar ao redor da cidade de Rafah, o fluxo de suprimentos através das principais passagens terrestres no sul de Gaza foi reduzido a quase nada.

As agências de ajuda continuaram a relatar condições cada vez mais críticas em Gaza. Janti Soeripto, presidente e CEO da Save the Children U.S., afirmou ao The New York Times na sexta-feira: “Nunca vimos nada parecido em qualquer lugar do planeta.”

Israel tem sido pressionado pela administração Biden e outros aliados para fazer mais para facilitar a entrada de ajuda, com o secretário de Estado Antony J. Blinken alertando esta semana que os recentes avanços na entrega de ajuda estavam sendo prejudicados pelos combates em e ao redor de Rafah.

Mais de 630.000 gazenses fugiram de Rafah desde que Israel iniciou sua ofensiva militar lá em 6 de maio, de acordo com a principal agência da ONU que auxilia os palestinos. Muitos foram deslocados para a cidade central de Deir al Balah, que a agência das Nações Unidas, conhecida como UNRWA, disse nas redes sociais, estava agora “insuportavelmente superlotada com condições precárias”.

Nesta semana, diplomatas de 13 países – incluindo todos os membros do Grupo dos 7 democracias industrializadas, exceto os Estados Unidos – afirmaram em uma carta conjunta, vista pelo The New York Times, que Israel deve tomar “ação urgente” para abordar a crise humanitária em Gaza. A carta, endereçada ao ministro das Relações Exteriores de Israel, pede às autoridades israelenses que ampliem a quantidade de ajuda entrando no território, tomem “ações concretas” para proteger civis e trabalhem em direção a um “cessar-fogo sustentável”.

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