A taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2024 foi de 7,9%. Esse resultado representa um aumento de 0,5 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, que encerrou em dezembro de 2023 com 7,4%. Apesar da elevação, essa taxa é a menor para o período desde 2014, quando atingiu 7,2%.
Os dados são parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), divulgada nesta terça-feira (30) no Rio de Janeiro pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A taxa média de desemprego nos meses de janeiro, fevereiro e março ficou abaixo dos 8,8% registrados no primeiro trimestre de 2023.
O IBGE aponta que o Brasil tinha 8,6 milhões de pessoas desempregadas no primeiro trimestre, um aumento de 542 mil pessoas (+6,7%) em relação ao final do ano passado. Comparado ao mesmo período de 2023, houve uma redução de 808 mil pessoas desempregadas (-8,6%). O IBGE considera como desempregadas aquelas pessoas que estão em busca de trabalho.
O número de pessoas empregadas no primeiro trimestre de 2024 foi de 100,2 milhões, uma redução de 782 mil pessoas (-0,8%) em relação ao último trimestre de 2023 e um aumento de 2,4 milhões de pessoas (+2,4%) em comparação aos primeiros três meses de 2023.
A pesquisa do IBGE abrange todas as formas de ocupação, incluindo emprego com ou sem carteira assinada, temporários e por conta própria, por exemplo.
Sazonalidade
Segundo a coordenadora da pesquisa, Adriana Beringuy, o aumento na taxa de desemprego é um comportamento comum no início do ano.
“O primeiro trimestre de cada ano é caracterizado por perdas na ocupação. Parte dessas perdas vem da dispensa de trabalhadores temporários”, comenta.
Ela destaca que inclui trabalhadores temporários do setor público nessa categoria. “Uma parte significativa foi da administração pública, especialmente no segmento da educação. No início do ano, esses trabalhadores são demitidos. Conforme o ano letivo recomeça, há uma tendência de retorno desse grupo”, explica.
A pesquisadora avalia que a tendência de redução do desemprego no país continua. “O movimento sazonal deste trimestre não anula a tendência de redução da taxa de desemprego observada nos últimos dois anos”, acrescenta Adriana.
Emprego com carteira assinada
A pesquisa mostra que, apesar da redução na ocupação no primeiro trimestre em relação ao final de 2023, não houve uma mudança significativa no nível de emprego com carteira assinada, com cerca de 38 milhões de pessoas. Isso representa um aumento de 3,5% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Adriana ressalta que, dos 782 mil desempregados, mais de 500 mil eram trabalhadores informais. “Houve uma perda de ocupação em geral, mas a população com carteira assinada permaneceu estável”, resume.
A taxa de informalidade nos primeiros três meses de 2024 foi de 38,9% da população ocupada (38,9 milhões de trabalhadores informais) em comparação com 39,1% no trimestre anterior.
Rendimento
No período de janeiro, fevereiro e março deste ano, o rendimento médio do trabalhador foi de R$ 3.123. Esse valor representa um aumento de 1,5% em relação aos trimestres anteriores e de 4% em relação ao primeiro trimestre de 2023.
A massa de rendimentos atingiu R$ 308,3 bilhões, um recorde desde o início da série histórica em 2012. Esse valor representa o montante recebido pelos trabalhadores empregados para movimentar a economia. Apesar do recorde, esse montante permaneceu estável em relação ao último trimestre de 2023.
“Apesar do aumento no rendimento do trabalhador, o número de empregados diminuiu, é como se um efeito tivesse neutralizado o outro”, conclui Adriana Beringuy.
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