Um levantamento divulgado pelo jornal O Estado de São Paulo (Estadão) nesta quarta-feira (14) revela que o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes (PDT), direcionou cerca de R$ 321 milhões para prefeitos aliados em municípios do Amapá nos últimos dois meses de 2022.
Segundo o levantamento, foram firmados 46 contratos com nove prefeituras, sendo a maioria delas alinhadas politicamente ao grupo liderado por Góes e pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP). Dos 16 municípios do estado, 11 são chefiados por políticos próximos a Alcolumbre.
Os recursos serão destinados a obras de infraestrutura com potencial retorno político, como pavimentação de estradas, aquisição de maquinário agrícola, investimentos em startups, e construção de galpões, pontes, mercados e feiras populares.
Até o momento, os repasses foram efetuados apenas para as prefeituras de Macapá, Tartarugalzinho e Calçoene, totalizando R$ 11,2 milhões.
A previsão é de que a maior fatia dos recursos seja destinada à prefeitura de Pedra Branca do Amapari, cuja gestora, Beth Pelaes, é do mesmo partido de Alcolumbre. Ela aguarda o repasse de R$ 19 milhões para financiar três obras de pavimentação de estradas.
Questionado pelo Estadão, Alcolumbre enfatizou que a liberação dos recursos demonstra seu empenho em favor do estado. No entanto, não abordou o eventual direcionamento exclusivo para prefeitos aliados.
Já o Ministério de Waldez Góes afirmou que a distribuição dos recursos seguiu critérios técnicos antes da liberação.
Apesar do favorecimento a seu reduto político, Góes destinou recursos também a outros estados, como Piauí e Minas Gerais, contemplados com R$ 863 milhões e R$ 468 milhões, respectivamente. Até o momento, apenas uma pequena parte desses valores foi repassada.